Infelizmente, boa parte das críticas da população à hipocrisia de governadores e prefeitos durante a pandemia do novo coronavírus tem fundamento. De viagens à Miami a passeio no Maracanã, exemplos de que o “fique em casa” é para você e a liberdade é para mim não faltam.
Neste sábado, o prefeito de São Paulo capital, Bruno Covas, resolveu assistir a final da Taça Libertadores da América no Maracanã, entre Palmeiras e Santos. O flagrante foi inevitável e fotos do político na arquibancada já circulam pelas redes sociais.
E pasmem! Covas faz tratamento contra um câncer! Ou seja, pertence ao grupo de risco do novo coronavírus. “Mas ele estava mantendo o distanciamento”, pode indagar o leitor. Ora, mas esse não é o “X” da questão. Tudo diz respeito a uma lógica de narrativa e de exemplo.
Se Covas pode ir a um estádio de futebol assistir uma partida, apenas porque “mantém o distanciamento”, o que lhe diferencia dos demais cidadãos, hoje privados de frequentar o mesmo ambiente? Está claro que se trata de dois pesos uma medida.
O brasileiro está cansado de ser cobaia da hipocrisia política, e casos como esse servem apenas para inflar ainda mais o sentimento de indignação da população. Todos devem ser responsáveis por seus atos, o que inclui a escolha de ir ou não a um estádio de futebol.