Quando achamos que já vimos de tudo nesse Brasil, eis que surge uma proposta no mínimo inusitada protocolada na Câmara dos Deputados pela deputada federal Clarissa Garotinho (Pros-RJ), filha do ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho: a de incluir o “Ano Novo chinês” no calendário de datas comemorativas do Brasil.
O texto do projeto, em seu parágrafo único, diz que “a inclusão do ano novo chinês no calendário nacional de datas comemorativas tem como objetivo valorizar, integrar as duas nações e divulgar a cultura chinesa em nosso país” (destaque nosso)
“Um evento que vem aproximando culturalmente de forma significativa brasileiros e chineses é a celebração do Ano Novo Chinês. Talvez a maior comemoração em terras brasileiras seja na Praça da Liberdade em São Paulo onde o evento já está presente no calendário local. Segundo relatos da própria Embaixada da China”, diz a parlamentar em sua “justificativa”.
Sem fazer qualquer referência ao regime político que controla o país, o comunismo, apontado como perseguidor das liberdades individuais, de minorias religiosas [veja aqui] e de direitos humanos básicos [veja aqui], Clarissa Garotinho trata a cultura chinesa como algo que precisa ser compartilhado pelos brasileiros.
Citando exemplos de interação entre os dois países, ela diz, por exemplo, que “no campo das artes marciais os brasileiros vem conhecendo cada vez mais os benefícios do tai chi chuan que além de fortalecer o Sistema Esquelético, Muscular, ativa o Sistema Circulatório, Endócrino, colabora na produção de endorfinas acalmando e dando alegria a seus praticantes”.
Segundo Clarissa, a sua proposta visa estabelecer a comemoração do Ano Novo chinês entre os dias 21 de janeiro e 20 de fevereiro. O projeto está em tramitação na Câmara, mas precisa ser posto para votação. Se não for analisado, poderá ser arquivado. Leia a íntegra da proposta aqui, mas veja também:
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