A realidade vivenciada pela população de Cuba pode ser bem diferente da que os partidos de esquerda divulgam no Brasil e no mundo, uma opinião compartilhada por Wendy Guerra, uma cineasta, poetisa e romancista cubana que falou sobre os protestos que ocorrem no país desde o último domingo.
“O que está acontecendo é que chegamos a um limite de resistência, de tolerância. O cubano já percebeu, pelas informações que tem nas redes sociais, que todo o suposto ideal revolucionário é amorfo e que nos manipulam há muitas décadas”, disse ela ao site 14ymedio.
Ela também disse que em seu país “não há estrutura, não há economia, nem boa nem má, não há plano econômico”, e que “as pessoas estão literalmente morrendo de fome”. “Para comprar uma aspirina no mercado negro, que é onde ela aparece”, diz ela, “é preciso pagar mil pesos (US $ 40)”.
“Os cubanos que estão nas ruas estão desarmados. O pedido de Díaz-Canel [presidente-ditador do país] ontem era simplesmente enviar pessoas armadas, embora vestidas com roupas civis, às ruas e confrontar os cubanos com cubanos, soldados armados mas com roupas civis contra os famintos”, destacou a escritora, que já esteve no Brasil para dar uma entrevista ao Jô Soares em 2010.
Apesar da situação caótica, líderes da esquerda no Brasil saíram em defesa do regime ditatorial cubano. O ex-presidente Lula, por exemplo, chamou os protestos históricos de mera “passeata” e culpou os Estados Unidos pela crise na Ilha. Veja abaixo:
Lula defende o governo comunista de Cuba e chama protestos de mera “passeata”