Não podemos negar! Se o ex-deputado Roberto Jefferson realmente teve como grande objetivo lançar a sua candidatura à Presidência da República para agir como uma espécie de linha auxiliar de Bolsonaro, no confronto com os demais adversários, devemos reconhecer que essa meta foi alcançada com grande sucesso.
O Padre Kelman, substituto de Jefferson por questões legais, se mostrou mais sagaz do que alguns esperavam. Falando de forma segura e emotiva, o religioso conseguiu desempenhar um papel de extrema importância para Bolsonaro, servindo como elemento desestabilizador do confronto, no sentido de ser favorecer o presidente.
Lula não esperava ter que lidar com alguém que fosse capaz de engrossar os ataques no tocante à corrupção, muito menos o quesito moral. Foi, aliás, nesse aspecto da moralidade que Kelman mais se destacou, dando uma verdadeira lição no petista, que reagiu de forma desequilibrada.
A reação de Lula contra Kelman deixou evidente que ele vestiu bem a carapuça das acusações feitas pelo religioso. E para piorar, Bolsonaro não aliviou em nada e teve a oportunidade de usar um direito de resposta para se dirigir ao “ex-presidiário”, expondo novamente o seu passado.
O saldo do debate presidencial na Globo é extremamente positivo para Bolsonaro e Kelman, do PTB. Ciro Gomes, experiente como é, entendeu que bater em Bolsonaro não o levará a lugar algum, por isso também partiu para cima de Lula, visando atrair o voto da esquerda minimamente moralizada e honesta.
No final das contas, podemos dizer que o debate presidencial na Globo antecipou a derrota que Lula terá nas urnas, no próximo domingo. Se o que vemos com os próprios olhos prevalecer no dia da eleição, é muito provável que Jair Messias Bolsonaro vença já no 1° turno, e com folga.