Lula decidiu neste sábado demitir o então comandante do Exército Brasileiro, general Júlio César de Arruda. Em seu lugar, assumirá o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, atual comandante do Sudeste. Na prática, a mudança possui um peso que vai muito além da esfera militar: ela também atinge a moral!
Sim, concordamos, aqui, com a opinião do analista Leandro Ruschel, que classificou essa alteração no Exército como a “desmoralização completa” das Forças Armadas. Arruda estava no cargo há apenas 15 dias, e a sua saída é um claro recado de desconfiança por parte de Lula quanto ao seu trabalho.
Uma vez em que o comandante representa não só o Exército, como parte das Forças Armadas, a mensagem transmitida com a sua demissão é de que o presidente não estava confiante o suficiente na hierarquia e disciplina da Força Terrestre.
Para o generalato, a capacidade de comandar uma tropa é fundamental, devendo ser algo inconteste. Ser demitido, contudo, com apenas 15 dias de comando, é como ter fracassado nessa missão, algo que nunca aconteceu anteriormente na história da Força.
Com essa decisão, Lula demonstra autoridade sobre os generais, dizendo claramente que não tolerará posturas que possam colocar em xeque o seu governo. Não por acaso nomeou o general Tomas Paiva, que na quarta-feira (18) fez um forte discurso defendendo o resultado da eleição presidencial.
“Ser militar é isso. É ser profissional, é respeitar a hierarquia e a disciplina. É ser coeso, é ser íntegro, é ter espírito de corpo, é defender a pátria, é ser uma instituição de Estado, apolítica, apartidária. Não interessa quem está no comando, a gente via cumprir a missão do mesmo jeito. Isso é ser militar”, declarou Paiva na quarta, durante uma cerimônia.
A demissão de Arruda trata-se, portanto, de um movimento que vai além da esfera militar, sendo muito mais de natureza política e moral, visto que é uma demonstração de controle sobre as Forças Armadas por parte de alguém que já foi investigado, condenado e preso por corrupção.