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A missão do cristão na cultura

O que tem a ver cristianismo e cultura? Em sua maioria os cristãos não pensam muito sobre isso, alguns até afirmam que não precisam se preocupar com o tema, apenas distanciar dos costumes e da cultura que os cerca. No entanto, isto é um grave erro quando compreendemos o nosso papel na sociedade como cristãos, e, como devemos influenciá-la.

É importante definir o que dizer sobre cultura; como ser claro com o assunto? Podemos compreender cultura como os costumes, comportamentos e tradições de um determinado povo, isso inclui a língua, maneira de se vestir, religião, artes, comida, música, estilo de vida, entre outras coisas. Neste sentido, cultura é uma série de hábitos e conceitos que foram passados através das gerações, tornando-se uma característica social. Portanto, a cultura é algo que permeia o passado, que se movimenta no presente, e sim criado dinamicamente nas relações humanas.

A Escritura nos diz que o ser humano é mal e toda a sua disposição é inclinada para a maldade, lemos isso em Gênesis 6.5: “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.” Logo, todos os costumes e tradições passadas e estabelecidas pelos homens serão defeituosas em muitos aspectos, vai haver sempre uma lacuna no seu sistema e cosmovisão (maneira de ver e interpretar o mundo), e, por isso, está vulnerável a desordem.  Algumas tribos indígenas, por exemplo, matam os seus filhos para a “preservação” do ecossistema, eles escolhem filhos gêmeos ou crianças com deficiência, estas crianças são enterradas, queimadas ou abandonadas em florestas para morrerem.

Na antiguidade, os espartanos (gregos) e algumas tribos indígenas da América do Norte apoiavam a prática do roubo. Em Fiji, país localizado na Oceania, o canibalismo era algo muito comum, principalmente nas disputas de poder entre os chefes tribais. Portanto, existem culturas que caminham para o fracasso e degradação da sociedade. Grande parte da cultura brasileira, a pornografia e a degradação da mulher como objeto sexual é sempre louvada e incentivada nas novelas e nos profissionais do mundo da música.

Os “exemplos” de mulheres e homens a serem admirados e seguidos são prostitutas, homens efeminados, adúlteros e fornicadores; além disso, as músicas enfatizam a bebedeira, sexo sem compromisso, a violência e a vida irresponsável. Existe cultura boa e cultura ruim, e a maneira de avaliarmos isso é a partir de um padrão que não se origina no pensamento humano, um fundamento que seja extra-humano; ou seja, que vem de Deus, O Supremo Legislador.

Portanto, nós entendemos que as culturas e os costumes dos povos devem ser avaliados à luz da Palavra de Deus, que é o único crivo para avaliar e julgar os costumes, práticas e conceitos de uma determinada cultura. O nosso pressuposto é que Deus falou na Bíblia e relembrando a pergunta do catecismo de Westminster: O que as Escrituras ensinam principalmente? As Escrituras ensinam principalmente o que o homem deve crer acerca de Deus, e quais os deveres que Deus requer do homem.

Deus requer deveres dos homens, existem leis e regras de conduta que possibilitam a convivência entre os seres humanos, e foi Deus quem nos revelou o que Ele requer de nós. O ser humano é totalmente depravado, ele é egoísta na raiz da sua natureza e todas as suas intenções estão contaminadas com esse vírus mortal chamado pecado. As leis que Deus revelou em certo sentido um código para refrear e punir a depravação dos povos, por esse motivo a Palavra de Deus é perfeitamente adequada para julgar uma determinada cultura.

Quando compreendemos isso, podemos estabelecer o papel do cristão em uma cultura pagã, ele é chamado não para fugir e se isolar, mas para tomá-la para Cristo. Devemos influenciar a cultura com os pressupostos das Escrituras. O apóstolo Paulo fez muito isso, e ele mesmo nos encoraja: Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo.”(2 Co 10.5)

Devemos destruir as filosofias mundanas com a Palavra de Deus, se determinada cultura aprova o assassinato de infantes, nós devemos enfatizar que a vida inicia-se na concepção; se a homossexualidade é cultivada, nós enfatizamos que Deus fez macho e fêmea e casamento é entre homem e mulher; se a promiscuidade e sexo sem compromisso é comum entre as pessoas, nós enfatizamos a beleza do sexo no casamento, onde existe segurança e responsabilidade. Se a corrupção é algo normal e o “jeitinho mais fácil é melhor”, como cristãos, argumentar que Deus odeia a corrupção e as maneiras fáceis e desonestas de conseguir as coisas é nossa defesa diária. Entre outras coisas, somos chamados para salgar esta terra e tomá-la para Nosso Senhor Jesus Cristo.

O filósofo e apologeta cristão Ronald Nash disse algo muito importante sobre isso: “De acordo com a cosmovisão cristã, Deus é o fundamento das leis que governam o universo físico e que tornam possível a ordem do cosmo. Deus é também o fundamento das leis morais que devem governar o comportamento humano e que tornam possível a ordem entre os humanos e dentro dos humanos.”

Temos um papel singular na sociedade, influenciar e glorificar a Deus nela, não podemos fugir disso, isso faz parte da grande comissão, é missão o  ide, fazei discípulos de todas as nações. (Mt 28.19)

Texto Por Ruan Menezes

Cristão, Marido de Jaianes, Pai de Hadassah,  Presbítero da Igreja Batista Reformada da Urbis, Jequié-BA, seminarista.

Heuring Motta
Análises sobre o cenário da política e assuntos de interesse público. Por: Heuring Motta - Teólogo e professor, especializado em Hermenêutica, Ciências Políticas e Logoterapia pela Universidade Católica de Salvador. É também colunista do Instituto John Owen. Casado e pai de uma filha.
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