O deputado federal e jornalista Paulo Eduardo Martins fez um breve comentário sobre a existência da “CPI das Fake News”, criticando, aparentemente, a forma como os parlamentares envolvidos na Comissão estão abordando o assunto considerado polêmico por muitos.
“CPMI das Fake News é uma grande divulgadora de fake news”, escreveu o deputado em sua conta oficial no Twitter. Martins fez o comentário após a divulgação de um relatório elaborado por consultores legislativos, onde diversas mídias aparecem como reprodutoras de “notícias falsas” ou conteúdo “inadequado”.
Na lista estão sites como a Gazeta do Povo, o Opinião Crítica, um portal evangélico chamado Gospel Prime e o Conexão Política. Em todos os casos citados, nenhuma justificativa plausível sobre a inclusão dessas mídias na lista foi apontada, o que levantou críticas na internet.
“O site Opinião Crítica foi premiado com a sua inclusão na lista de caça às bruxas da CPI das ‘fake news’. Vejam só que curioso, uma mídia que tem por natureza a opinião acerca dos fatos, taxada como produtora de ‘notícias falsas’ em um relatório que de tão sem fundamento chega a ser bizarro”, diz parte de uma nota emitida por este site nesta quinta-feira (04).
“Qual foi o critério de seleção para a lista premiada da CPI? Também gostaríamos de saber (risos), mas a classificação caluniosa de se tratar de uma mídia reprodutora de ‘notícias falsas’ parece uma explicação, certo? O problema é que o tal relatório também não aponta quais notícias supostamente falsas são/foram essas”, continua o texto.
Sites de “esquerda”
Algumas mídias associadas à esquerda também foram incluídas na lista de caça às bruxas, como o Diário do Centro do Mundo (DCM) e a Revista Fórum, essa última considerada uma das maiores no segmento jornalístico ligadas à agenda esquerdista.
O número de mídias ligadas à esquerda, no entanto, é pífio se comparado a quantidade de mídias associadas à direita. Isso permite até a cogitação de que a inclusão das mesmas teria sido estratégica, a fim de não ficar tão escancarada a perseguição político-ideológica aos produtores de conteúdo conservador e liberal.
Essa suspeita, no entanto, não é possível ser confirmada, mas dado o descalabro da própria CPI em si, em termos de ausência de qualquer fundamentação objetiva para a inclusão das mídias em questão, não seria estranho se tal hipótese fosse confirmada.
O que sobra ao final da análise desses fatos é a constatação de mais um episódio bizarro protagonizado pela “CPI das Fake News”, a qual parece tomar um rumo cada vez mais distante do bom senso, dos direitos constitucionais e da moralidade pública.