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Adélio e Guerrero são frutos do fanatismo ideológico de uma esquerda doente

Desde o dia 6 de setembro de 2018, quando o então presidenciável Jair Messias Bolsonaro sofreu uma tentativa de assassinato à faca durante um ato de campanha eleitoral em Juiz de Fora, Minas Gerais, o clima político no Brasil saiu do espaço do debate de ideias e entrou no âmbito da criminalidade.

Isso poderia ser tratado energicamente pelas autoridades do país, suas instituições, como os tribunais judiciais e também pela grande mídia, mas não foi. Ao invés da perplexidade diante de um atentato explícito contra a vida de um candidato à presidência da República, o que vimos foi um clima de complacência, como se Adélio Bispo, responsável pelo atentado, fosse “justificado” em nome da discordância ideológica.

Os trâmites processuais que cercaram Adélio Bispo, assim como o seu diagnóstico de “doente mental”, constituem uma estranheza a parte capaz de deixar qualquer investigador de cabelo em pé. Certamente a vitória de Bolsonaro criou um clima de euforia entre os apoiadores que fez dissipar maiores reações, mas não o suficiente para este caso ainda ser visto com espanto e nítida sensação de obscurantismo.

O caso Vinícius Guerrero

Esta semana veio à tona um vídeo gravado pelo jornalista Vinícius Guerrero, também noticiado aqui no Opinião Crítica, onde ele pede vorazmente o assassinato de Jair Bolsonaro e a sua família. “Não tem mais condição de aceitar um bosta como Bolsonaro no poder. Esse cara tem que ser assassinado, ele e a família”, bravejou o jornalista (veja aqui).

Vinícius continuou reforçando a sua incitação ao crime: “Vamos começar a guerra, velho… é isso o que tem que acontecer. Não tem mais condição de aceitar um bosta como Bolsonaro no poder. Esse cara tem que ser assassinado, ele e família, menos a filha que não é política, [mas sim] os políticos da família Bolsonaro pra resumir, os quatro… os três filho bosta [sic] e o próprio pai”.

Neste exato momento em que escrevo, não vi nenhuma grande mídia noticiar esse fato estarrecedor, salvo mídias alternativas como o Opinião Crítica e o Terça Livre, esta última responsável pela denúncia original. Diante desse fato, o que podemos constatar é a exata semelhança no tratamento do caso do Adélio Bispo: omissão! 

A esquerda está doente! Se existem pessoas da esquerda com alguma capacidade de lucidez, essas perderam a voz, pois tudo o que vemos é cumplicidade até mesmo diante de situações bárbaras como a incitação a uma chacina (morte da família) e a utilização de armas contra o poder público, ou seja, contra a democracia.

Não me recordo de ver algum conservador ou alinhado com a direita incitando a violência contra seus oponentes, ainda mais o assassinato, pior ainda partindo de pessoas públicas, associadas a partidos políticos, como é o caso de Vinícius Guerrero, ligado ao PDT de Ciro Gomes.

Repito: a esquerda está doente! O fanatismo ideológico tomou conta da capacidade crítica dessas pessoas. Tudo se resumiu à busca pelo poder. Discordância virou motivo de justificação para atentados, levante armado e críticas infindáveis de cada palavra dita pelos opositores. É um comportamento irracional e robotizado que tem alimentado pessoas de índole criminosa como Adélio e Guerrero.

A mídia precisa rever seu papel

Onde vamos parar? A mídia precisa rever o seu papel. A militância ideológica não pode usurpar a ética jornalística que tem como dever a informação dos fatos. Opiniões precisam ser ditas com responsabilidade e, no fim de tudo, a promoção do consenso com base no diálogo deve ser o norte para todos.

O que passar disso deve ser tratado sob o prisma do Código Penal e a lei aplicada com rigor, quer seja contra esquerdistas ou direitistas. É o Brasil que está em jogo e não partidos. É o povo, pessoas carentes de emprego, alimento, educação e saúde… gente que depende da sanidade mental dos que se portam como líderes, e não de lunáticos incitando a busca de armas para atentar contra o Estado.

Termino falando como cidadã, mas assentada numa experiência profissional de décadas no mundo da psicologia, onde sei qual é o poder de influência que a mídia tem ao alimentar discursos inflamados de pessoas desequilibradas. Por isso meu alerta também vai para os promotores de conteúdo: não podemos alimentar o ódio em nenhum dos lados. 

O que é reprovável precisa ser noticiado, denunciado e rechaçado, assim como o que for louvável precisa ser louvado. Ideologias não devem ocupar o espaço do nosso bom senso, porque é justamente o contrário disso que tem gerado esse clima de boicotes, difamação, atentados, desonestidade e o surgimento de Adélios e Guerreros.

Marisa Lobo
Marisa Lobo é psicóloga clínica, autora de vários livros, especialista em saúde mental e conferencista. Há anos realiza palestras dentro e fora do Brasil sobre prevenção e o enfrentamento das drogas, depressão e suicídio, sendo conhecida também pela luta contra o ativismo ideológico de gênero, aborto e desconstrução familiar.
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