O homem biológico Rachel McKinnon ganhou uma medalha de ouro neste fim de semana no Campeonato Mundial de Ciclismo de Pista Masters. O detalhe, porém, é que o campeonato foi disputado entre mulheres.
McKinnon, nascido no Canadá, que também é professor de filosofia na faculdade de Charleston da Carolina do Sul, ganhou pela primeira vez a disputa na faixa etária de 35 a 39 anos no sprint feminino no ano passado. A medalha do último final de semana é a segunda. Ele também ganhou uma medalha de prata no contra-relógio de 500 metros no início da semana.
“Muitas pessoas para agradecer”, escreveu McKinnon no Instagram. “Obrigado especialmente às dezenas de fãs que estão torcendo por mim, e estou feliz por ter conhecido um novo amigo Kirsten (Herup Sovang), que levou o bronze.”
Em outras postagens, McKinnon destacou fotos das três medalhistas posando para fotos, nas quais Sovang lhe abraça, enquanto a medalhista de prata Dawn Orwick manteve o braço esquerdo atrás das costas enquanto sorria e acenava educadamente.
McKinnon acusou Orwick de “mau espírito esportivo”, alegou que “esperava algo melhor dela” e insinuou que ela teria “muito mais a dizer sobre essa longa bagunça de uma semana e quanta transfobia estava em TODO LUGAR”.
A vitória de McKinnon no ano passado já havia rendido controvérsias. Este ano não foi diferente, visto que os críticos alegam que as diferenças biológicas estão sendo ignoradas apenas para agradar o ativismo LGBT, enquanto mulheres, de fato, são prejudicadas nas competições.
Entre os críticos deste ano está a ex-campeã feminina de ciclismo Victoria Hood, que disse que “a ciência está lá e diz que é injusta. O corpo masculino, que passou pela puberdade masculina, ainda mantém sua vantagem. Isso não desaparece. Eu tenho simpatia por eles. Eles têm o direito de praticar esportes, mas não o direito de entrar em qualquer categoria que desejarem”.
McKinnon responde aos críticos geralmente twittando que seu corpo “não produz mais testosterona” e que isso “já faz quase uma década”. Ele também acusa Hood de ter “medo irracional de mulheres trans”, o que é “a definição de transfobia no dicionário e que isso “não tem lugar no esporte”.
Mas a produção de testosterona não é a única fonte de diferentes habilidades físicas entre homens e mulheres. Em junho, o Journal of Medical Ethics publicou um artigo de pesquisadores da Nova Zelândia descobrindo que “homens jovens saudáveis (não) perdem massa muscular (ou poder) significativo quando seus níveis circulantes de testosterona são reduzidos (abaixo das diretrizes do Comitê Olímpico Internacional).
Além disso, há diferenças como ”estrutura óssea, volume pulmonar e tamanho do coração“ que não são alterados pela terapia hormonal. ”Portanto”, diz o comunicado, “a vantagem para as mulheres (homens) oferecidas pelas diretrizes do (Comitê Olímpico Internacional) é uma injustiça intolerável”.
Tais descobertas são consistentes com as de organizações como a USA Powerlifting, que afirma que “os homens naturalmente têm uma estrutura óssea maior, maior densidade óssea, tecido conjuntivo mais forte e maior densidade muscular do que as mulheres. Essas características, mesmo com níveis reduzidos de testosterona, não desaparecem. Embora o MTF (transgêneros) possa ser mais fracos e menos musculosos do que eram antes, os benefícios biológicos dados a eles no nascimento ainda permanecem acima do (sic) de uma mulher. ”
O perfil do McKinnon no Twitter indica que ele também se envolve em algumas das proposições mais extremas do ativismo trans, incluindo a ideia de que “preferências genitais” naturais são “transfóbicas”.