”Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos.”, (2 Timóteo 4:3).
O casamento da rainha Maria com o Lorde Darnley aconteceu em 1565, quando ele foi proclamado rei. O jovem rei ficava entre dois mundos: romanistas e protestantes, conforme a ”conveniência”. Claro, por medo da rainha ele frequentava as missas com ela. Em 19 de agosto de 1565, o rei foi visitar a Igreja de São Giles em Edimburgo, Escócia, sentando-se no trono que tinha sido preparado para sua recepção.
Neste dia o pregador era John Knox. O tema da mensagem: ”Os Inimigos da Verdade” – texto base Isaías 26.13-21. Em determinado ponto do sermão, Knox olhou para o rei e disse: ”Deus puniu Acabe porque não corrigiu sua mulher idólatra, Jezabel”. O rei tomou para si a aplicação e neste dia foi para casa irado com a rainha, nem jantou com ela. Claro, os papistas que o tinham acompanhado neste culto, inflamaram o ressentimento da rainha.
Esta narrativa histórica é um documento chamado de ‘Fifth Book of the History of the Reformation’ – registra a força de um homem por temer o seu Senhor. A coragem de John Knox me faz pensar profundamente na geração de pastores que virão, se é que será possível contemplar as próximas. Ele tinha um senso profundo da glória de Deus e um amor destemido pela verdade.
Claro, os homens não são iguais e não existe nenhuma meta para ser neste plano. Acontece que a coragem para expor o erro através da verdade das escrituras vem caindo aceleradamente desde do inicio do século XX até o presente momento. Até mesmo aqueles comprometidos com a teologia bíblica, com as confissões e a reforma, estão educadinhos demais.
Falta um senso profundo da beleza de Deus, falta um amor reverencial pela verdade, falta ousadia para expor os caminhos corruptos das políticas que são realizadas nas sombras por nossas convenções, concílios e sínodos. Esta coragem natural de cruz fragmentou-se em pequenos e suaves conselhos que visam pacificar o ambiente. John Knox tinha este senso de amor pela glória de Deus e de entrega pessoal a cruz. Não pensou duas vezes em expor o pecado do rei Darnley, um rei liderado por uma mulher e que o acorrentava na idolatria romanista.
Hoje existem muitas preocupações em não ferir os sentimentos, em não julgar, de não ser uma boa estratégia, de não falar no inferno e não tocar no pecado da Igreja e nem dos pastores. Naquele dia de 19 de agosto de 1565 na Igreja de São Giles John Knox não temeu a morte, porque estava comprometido com este senso da beleza e Deus que também traz para si o senso de podridão e de morte, mas também pureza espiritual que o faz denunciar não somente seu estado real como de todos aos seu redor.
Precisamos urgentemente que o Deus de John Knox visite nossa geração e desperte verdadeiros pastores comprometidos com a coragem dos profetas, a verdade dos apóstolos e olhos fixos na Pedra Angular.
Soli Deo Gloria.