BRASÍLIA / Opinião Crítica: Com posicionamentos de caráter político-ideológicos mais frequentes, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) vem sendo alvo de críticas dos profissionais insatisfeitos com o órgão, acusado de cometer “desvio de finalidade” e defender questões partidárias.
Um exemplo dessa insatisfação é a crítica feita pelo psicólogo Carlos Portela, Mestre em Neurociências, Doutor em Ciências e Pós Doutor em Neuroimunomodulação, ao Conselho Federal de Psicologia.
Portela, que também leciona na área, comentou a nota de repúdio lançada pelo CFP em 2016 contra a psicóloga Marisa Lobo. A intenção da nota foi repudiar não apenas às declarações de Marisa contra a ideologia de gênero, mas também seu livro “A Ideologia de Gênero na Educação”.
Confira abaixo a crítica do Dr. Carlos Portela à nota do CFP:
“A análise do texto claramente mostra que os autores acusam pessoalmente Marisa Lobo de lançar mão de um ‘conjunto de fundamentos religiosos dogmáticos’, para posicionar-se contra a ideologia de gênero no currículo escolar infantil. Passa a impressão – ao leitor ingênuo – de que a psicóloga está tomada por um fanatismo religioso, que a confunde e torna seus conceitos ‘equivocados’.
O conteúdo textual sinaliza que Marisa não aceita ou não concorda com supostos avanços da modernidade, os quais estariam promovendo ‘equidade sexual’ e ‘justiça social’, acusando-a, ainda que veladamente, de desconsiderar, em suas declarações, argumentos os quais (para eles) são científicos, universais e irrefutáveis, argumentos estes que o leitor não sabe quais são, até porque não existem.
Assim, é fácil concluir, pela nota, que Marisa Lobo tem suas declarações repudiadas pelo órgão porque ela insiste em impor a sua doutrinação religiosa até mesmo nas escolas e que a psicóloga baseia-se apenas em princípios religiosos para argumentar sua posição contrária à chamada ‘ideologia de gênero’.
Desta forma, a nota obnubila o público, ocultando posições e publicações dela Marisa e de inúmeros renomados cientistas que asseguram que tal ideologia de gênero nunca existiu e que é meramente uma invenção de pessoas que pregam uma doutrinação ideológica, obcecados pela inversão dos valores morais da sociedade.
Em tempo, doutrinação ideológica é uma expressão que indica uma ação, ação de formar uma doutrina. E doutrina nada mais é do que um conjunto de conhecimentos que servem de princípios para algum sistema filosófico, norteador tanto de religiões, como de posições político-partidárias.
Portanto, a referida comissão oculta, sob o falso pretexto do laicismo na psicologia, uma verdadeira doutrinação ideológica, o que faz lembrar uma conhecida frase do revolucionário comunista Lenin: “Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é!”.
Não é atoa que os próprios defensores do marxismo sempre argumentaram que os conservadores ‘os punem’ por seus ‘crimes de pensamento’. Então o que dizer desses mesmos movimentos ditos progressistas, quando eles mesmos criminalizam ‘as declarações’ de Marisa Lobo, acusando-a, ainda que indiretamente, de ser falseadora?
Doravante, da leitura do texto depreende-se que apenas a posição do conselho é a verdadeira, intocável e inquestionável, a despeito de que nenhuma delas tem embasamento científico.
Ora, tal ‘nota de repúdio’ não é senão uma versão invertida do macartismo norte-americano, que no caso do conselho comprova mais uma vez seu infindável desejo de ‘caça aos Cristãos’.
Finalmente, é curioso como esses defensores do ‘estado laico nas profissões’ não só expressam claramente a sua aversão aos valores morais da sociedade, os quais não estão restritos aos ensinamentos Cristãos, mas rejeitam a ordem democrática social, na medida em que repudiam o pensamento da grande maioria da população.
Pior que isso, os membros do Conselho demonstram ser notoriamente intolerantes a princípios científicos universais, desconsiderando através de seus achismos, todo o conhecimento acumulado por séculos pelas ciências biológicas e biomédicas.”