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Síndrome rara da “doença da urina preta” acende alerta em Pernambuco; entenda

Pernambuco registrou cinco casos suspeitos da síndrome de Haff, mais conhecida popularmente como “doença da urina preta”. Se trata de uma infecção por uma toxina que acredita-se estar presente na carne de alguns peixes. Todavia, ainda não há muitas informações sobre as condições de contaminação.

A doença apresenta um quadro agudo de dores musculares, associado a um aumento significativo de algumas enzimas, além de extrema fadiga e agressão direta ao aparelho renal, podendo levar o indivíduo à morte se não for devidamente tratada e com urgência.

“O problema evolui de forma rápida, com os primeiros sintomas surgindo entre duas a 24 horas após o consumo. Apesar de contaminados, os alimentos não sinalizam nenhuma modificação na aparência ou no sabor, algo que dificulta a identificação”, explicou o médico infectologista, Gabriel Serrano, segundo o Correio Braziliense.

“O escurecimento da urina surge em razão da destruição do músculo, que acaba liberando uma quantidade anormal de substâncias, incluindo a miogobina, responsável pelo carregamento de oxigênio. Quadros mais graves podem levar a uma insuficiência renal severa, com adoção de hemodiálise. É de extrema importância a hidratação e o início imediato do tratamento”, diz o médico.

Peixe transmite a “doença da urina preta”?

Nos casos relatados em Pernambuco, as vítimas disseram ter ingerido o peixe arabaiana. Acredita-se também que a espécie badejo possa transmitir, visto que outros casos ocorridos na Bahia, com maior incidência, apontaram essa possibilidade.

“Elas começaram a sentir o corpo ficar completamente duro, sem conseguir andar ou se mexer”, disse a mãe de duas irmãs que estão internadas no Hospital Real Português, após o consumo do peixe arabaiana e presenta dos sintomas da doença da urina preta.

Os peixes não apresentam qualquer sinal de contaminação com a toxina, o que dificulta a identificação do problema. Uma das hipóteses divulgadas é a de que eles consomem algas marinhas que são tóxicas para os seres humanos, e acabam absorvendo a toxina.

Outra possibilidade apontada está nas condições de armazenamento do peixe. Por isso, aconselha-se a evitar a compra desse tipo de produto em locais de baixa salubridade, assim como se evitar o consumo das espécies relatadas, como arabaiana e badejo. Por se tratar de uma doença rara, não há motivos para evitar o consumo de peixes em geral.

Há controvérsias

Por outro lado, um grupo de cientistas liderado por um professor da Universidade Federal da Bahia, o Dr. Gubio Soares, afirmou que a doença da urina preta pode não ter relação alguma com o consumo de peixes, e nem mesmo ser uma bactéria ou toxina, mas sim um vírus.

Em 2017, quando casos da síndrome de Haff assustaram a Bahia, eles estudaram o assunto e o pesquisador deu uma entrevista para a rádio Jovem Pan, explicando qual pode ser a real natureza da doença. Assista abaixo:

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