O filósofo, professor e escritor Francisco Razzo se manifestou contra uma declaração do médico e também escritor Drauzio Varella, dita no início desta semana. Na ocasião, o profissional de saúde afirmou que religião não deve interferir em programas de saúde.
“Acho que toda vez que a religião interfere em programas de saúde, atrapalha. Acho que tem direito de se manifestar, mas não definir estratégia, isso é coisa para técnicos fazerem”, afirmou Varella, segundo a Istoé.
Drauzio Varella também criticou o posicionamento da Igreja Católica sobre o uso de preservativos na relação sexual, afirmando que a instituição cometeu “um crime” ao endossar a fala do Papa décadas atrás.
“Na época da epidemia de AIDS [nos anos 80], o papa da época se manifestou claramente contra o uso de preservativo. Um crime que a igreja católica cometeu. Uma doença sexualmente transmissível, uma epidemia mundial, que se transmite por sexo e que a camisinha protege, você ir contra o uso é um crime, não tem outro nome”, afirmou o médico.
“Um charlatão”
Francisco Razzo, por sua vez, utilizou sua rede social para criticar a fala de Varella, sugerindo que o mesmo não possui competência acadêmica para se posicionar quanto aos assuntos referentes à teologia cristã.
“Segundo Drauzio Varella ‘religiosos não podem definir estratégias [de combate a AIDS], e o Papa [na época Bento XVI] cometeu um crime ao se posicionar contra o uso da camisinha’. Como médico, Drauzio deve ser excelente, mas pra dar pitaco em matéria de religião, um charlatão”, escreveu Razzo.
O filósofo completou sua crítica com uma matéria para a Gazeta do Povo, onde defende o direito natural dos religiosos de contribuir com suas visões sobre medidas de políticas públicas, especialmente quando tais assuntos envolvem aspectos da prática religiosa.
Segundo Drauzio Varella “religiosos não podem definir estratégias [de combate a AIDS], e o Papa [na época Bento XVI] cometeu um crime ao se posicionar contra o uso da camisinha”. Como médico, Drauzio deve ser excelente, mas pra dar pitaco em matéria de religião, um charlatão.
— Francisco Razzo (@franciscorazzo) February 11, 2020