O aparelhamento ideológico na psicologia do Brasil está frustrando boa parte da categoria. Psicólogos com anos de experiência estão se voltando contra o ativismo cada vez mais explícito em seus conselhos. Em uma decisão recente, por exemplo, a psicóloga Rosângela Justino resolveu cancelar o seu registro profissional, e aproveitou para fazer um desabafo:
“Estou aqui no Conselho Regional de Psicologia e acabo de cancelar o meu registro profissional, porque para ser psicoterapeuta qualquer profissional pode ser. Qualquer um que faça um curso de práticas integrativas pode ser considerado psicoterapeuta”, afirmou Rosângela.
Tal declaração sobre a prática da psicoterapia, no entanto, é uma crítica ao aparente descaso do Sistema Conselho de Psicologia, que em vez de fiscalizar, de fato, o verdadeiro exercício ilegal da profissão, parece estar mais preocupado em perseguir e punir os psicólogos que não se alinham com a agenda ideológica das suas pautas, tais como a descriminalização do aborto, das drogas e a promoção da ideologia de gênero.
É importante ressaltar que a exclusividade da prática psicoterápica é uma reivindicação feita pelos psicólogos há anos, mas tal solicitação nunca foi transformada em lei. Esse é um dos motivos que alimentam as críticas de parte da categoria contra o Conselho Federal de Psicologia.
A Resolução CFP-010/2000 apenas regulamenta a psicoterapia como exercício para os psicólogos, mas não trás qualquer reivindicação de exclusividade para a categoria. Portanto, como bem explicou Rosângela Justino, qualquer profissional pode oferecer psicoterapia, desde que não utilize o título de psicólogo. (Veja a confirmação do CFP sobre isto aqui ou aqui).
“A fiscalização é ideológica”
Rosângela Justino deu sequência ao seu desabafo afirmando que “a fiscalização do Conselho de Psicologia é ideológica, política e ideológica, baseada na esquerda, e há 37 anos que eu financio a esquerda dentro do Conselho, por isso eu hoje venho dar um basta nisso. Cancelei o meu registro profissional”.
Assista abaixo: