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Após reação dos pais, escola cancela prova com texto que criticava Bolsonaro

O conteúdo de uma prova de português de um colégio católico de alto padrão de Belo Horizonte centralizou uma crise entre pais de alunos e comunidade acadêmica. Com isso, o exame acabou cancelado. A avaliação usava como base uma crônica do colunista Gregório Duvivier, publicada no jornal Folha de S.Paulo, que contém críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PSL).

A polêmica teve início na última segunda-feira (07/10/2019), no Colégio Loyola, considerado um dos 10 mais caros da capital mineira, quando alunos do 2º ano do ensino médio fizeram a 1ª Avaliação Globalizante de Língua Portuguesa, da 3ª Etapa Letiva de 2019. A escola cobra mensalidade que ultrapassa R$ 2 mil.

Uma das primeiras questões se baseava na crônica “Único jeito de não ficar triste é ficar puto”, publicada em 28 de agosto. “Esse governo é um gatilho poderoso pra depressão. As queimadas, o apocalipse iminente, a recessão inevitável, o desemprego crescente, a vergonha mundial. O presidente parece eleito pela indústria farmacêutica pra vender antidepressivo”, diz um trecho do texto.

Os pais que tiveram acesso ao conteúdo após a aplicação da prova procuraram a escola para reclamar das ideias propagadas pelo texto. As reclamações resultaram na anulação da prova pelo Colégio Loyola depois de viralizarem em grupos do WhatsApp.

Além do texto de Duvivier, a prova traz um artigo do cientista político Mathias Alencastro que aborda a participação de Bolsonaro na Conferência da ONU e critica a política ambiental do chefe do Palácio do Planalto.

Segundo a escola, o protocolo seguido consta no documento de “Abordagem de Temas Transversais para formação integral inaciana na escola básica”, que prevê um posicionamento apartidário.

Em nota, o colégio disse que está “procedendo com o levantamento de informações sobre o contexto da aplicação dessa atividade para tomada de providências cabíveis”. “A Coordenação Pedagógica da 2ª Série EM orientará alunos e famílias sobre os procedimentos que serão adotados, garantindo o não prejuízo acadêmico a todos os alunos e tratará internamente as questões relativas à gestão de processos e equipes”, destaca o texto.

Questionada se o profissional que aplicou a prova tinha conhecimento da linha de ensino da escola antes de colocar o texto na prova, a unidade educacional disse que “tratará internamente as questões relativas à gestão de processos e equipes”. A nota acrescenta que o colégio “mantém-se aberto ao diálogo com as famílias e pessoas que integram a comunidade escolar”.

Por fim o colégio “reafirma seu posicionamento apartidário para condução do processo educativo”. “Ressalta a seriedade da Proposta Pedagógica da escola e o compromisso de oferecer uma educação de excelência, pautada nos valores inacianos e cristãos”, conclui o texto. (Com: Metrópoles).

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