O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, concedeu uma entrevista ao programa “Em Foco”, do canal GloboNews, para a jornalista Andreia Sadi, onde comentou entre outros assuntos um tema bastante problemático na atualidade, que é a doutrinação ideológica de alunos na sala de aula.
Barroso sugeriu que as crianças não devem sofrer doutrinação, mas apenas aprender o conteúdo objetivo das disciplinas escolares, citando temas distintos (e opostos) para exemplificar seu raciocínio.
“Criança tem que se alfabetizar. Essa história de saber se 64 foi golpe ou não, identidade de gênero, escola sem partido… com todo respeito a quem pensa diferente, isso é uma bobagem. O menino de 6 anos precisa aprender a escrever, precisa aprender a fazer conta, você não doutrina ninguém sexualmente ou ideologicamente”, disse ele.
A declaração de Barroso, no entanto, parece contradizer uma decisão tomada por ele mesmo em agosto do ano passado (2018), quando o ministro suspendeu uma lei municipal, em Palmas (TO), que proibia o ensino da ideologia de gênero nas escolas da região.
A Lei 2.243/2016 proibia “a discussão e a utilização de material didático e paradidático sobre a ideologia ou teoria de gênero, inclusive promoção e condutas, permissão de atos e comportamentos que induzam à referida temática, bem como os assuntos ligados à sexualidade e erotização”.
Barroso, no entanto, entendeu que “a Constituição estabelece expressamente como diretrizes para a organização da educação a promoção do pleno desenvolvimento da pessoa, do desenvolvimento humanístico do país, do pluralismo de ideias, bem como da liberdade de ensinar e de aprender”, informou a Conjur.