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Mais de 60% dos estudantes querem psicólogos nas escolas, diz pesquisa nacional

Sessenta e quatro por cento dos estudantes dos ensinos fundamental e médio ouvidos na terceira edição da pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção “consideram importante” ter psicólogo na escola para atendê-los.

A demanda dos estudantes “tem sentido bastante amplo”, afirma Marisa Villi, diretora da Rede Conhecimento Social, organização criada em 2000 pelas empresas associadas ao Grupo Ibope Inteligência. Segundo ela, os jovens querem profissionais de psicologia na escola “tanto no apoio para lidar com sentimentos, quanto para orientar sobre o que venham a fazer no futuro”.

“Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do futuro deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de apoio a educadores, que também esteve à frente da pesquisa.

A atuação permanente de psicólogos nas escolas está prevista em projeto de lei (PL) aprovado pelo Congresso Nacional. O PL, que chegou a ser vetado pela Presidência da República, foi restabelecido com a derrubada do veto presidencial na tarde dessa quarta-feira (27).

Além do psicólogo, os estudantes destacam a importância de ter médico ou outro profissional de saúde (39%), orientador educacional ou vocacional (37%), e assistente social (24%). Os percentuais não são excludentes. Treze por cento afirmaram que “não são necessários outros profissionais”.

A pesquisa ouviu 258.680 estudantes, de 11 a 21 anos, de todo o Brasil. O levantamento não segue padrões de pesquisa de opinião pontual, com amostra representativa por estado. A coleta de dados é contínua, pela internet.

Comentário:

Dois pontos precisam ser considerados quanto a esse assunto. Primeiro, o veto do presidente Jair Bolsonaro se deu pela falta de orçamento para a contratação e inclusão dos psicólogos na rede pública.

Segundo o Ministério da Educação, o Brasil possui 184,1 mil escolas públicas, sem contar com as universidades. Supondo que cada uma tenha pelo menos um psicólogo, já são quase 200 mil contratações que gerarão uma demanda imediata no orçamento da União. Para se ter uma ideia desse volume, basta saber que o número de psicólogos no país é pouco mais de 300 mil, segundo o Conselho Federal de Psicologia.

Significa que o Estado deve recusar a proposta, ou que a ideia em si é ruim? Não! A intenção é boa, mas a viabilidade no atual contexto econômico do país não existe, por isso o projeto foi vetado, visto que o governo trabalha com um teto de gasto, o qual se não for respeitado poderá gerar a mesma consequência das “peladas fiscais” da ex-presidente Dilma Rousseff: impeachment!

Em um futuro recente, daqui dois ou três anos, se a economia continuar melhorando e o teto de gasto aumentar, ai a contratação em massa desses profissionais poderá ser viável. Porém, há outro problema, o segundo ponto.

Aparelhamento ideológico na psicologia

É lamentável tal conclusão, mas ela é inevitável. Quem acompanha o exercício da psicologia no Brasil sabe que esta categoria foi terrivelmente aparelhada ideologicamente pelo viés político da esquerda, e tudo com o aval do próprio Conselho Federal de Psicologia.

Para entender melhor esse tema, quem não leu precisa ler: “Aparelhamento ideológico na Psicologia: do pensamento científico ao sindicalismo”

A nova geração de psicólogos se confunde com a de militantes políticos. Poucos atualmente fazem separação entre ciência e ideologia, de modo que à atuação desses “profissionais” no ambiente escolar pode agravar ainda mais a doutrinação nas escolas do país, algo que já virou rotina e é constantemente denunciado pelo movimento Escola Sem Partido.

Tal preocupação não se refere apenas às causas partidárias, mas principalmente morais, como às questões de gênero, família e religião, pautas que são radicalmente manipuladas por ativistas da esquerda visando desconstruir os valores da cultura judaico-cristã, base da civilização ocidental.

Por fim, enquanto o primeiro ponto é relativamente fácil de se resolver, o segundo não é. Resta aos bons psicólogos agirem em defesa da própria cientificidade da profissão, a fim de que a categoria recupere a confiança da sociedade e possa se libertar desse câncer chamado aparelhamento ideológico.

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