Desde o ano passado, a Receita Federal vem investigando a rede Globo e alguns dos seus funcionários pela suposta prática de “pejotização”, uma prática considerada fraudulenta, uma vez que visa burlar o pagamento de alíquotas de impostos de forma correta referente a contratos de trabalho.
Em vez de serem contratados com carteira assinada, esses profissionais optam por um acordo com a Globo (ou outras empresas) por meio de suas empresas pessoais —as chamadas pessoas jurídicas.
Em vez de pagarem 27,5% sobre seus rendimentos na Globo (como ocorre com pessoas físicas com salários mais altos), os profissionais “pejotizados” pagam alíquotas menores (15% sobre o total mais 10% sobre o que exceder R$ 20 mil mensais), segundo a coluna de Ricardo Feltrin, do UOL.
Dessa forma, esse tipo de contrato permite que os profissionais fiquem “livres” para fazer outros serviços, como eventos, teatros e cinema, por exemplo, além de campanhas publicitárias diversas.
Quem primeiro repercutiu essa investigação em andamento em 2020 foi o Notícias da TV, mas agora Feltrin revelou com exclusividade que o âncora e editor-chefe do “Jornal Nacional”, William Bonner, também recebeu uma autuação milionária e retroativa da Receita Federal.
“Além de Bonner, a coluna apurou que, nessa nova rodada da operação da Receita, ao menos mais 20 outros âncoras, jornalistas, artistas e ex-profissionais da emissora da família Marinho já receberam multas do Fisco”, diz Feltrin.
Procurado, Bonner não se manifestou, enquanto a Globo alegou que todos os seus contratos estão dentro da legalidade.