A rede social Parler vem caindo no gosto dos brasileiros por prometer garantir a liberdade de expressão, mas uma novidade poderá chamar atenção de um público ainda maior: a possibilidade de ganhar dinheiro com publicidade!
A novidade foi anunciada pelo CEO fundador da plataforma, John Matze, que ao falar sobre o app Parler explicou que a ideia da empresa é direcionar campanhas publicitárias para os influenciadores e não para a rede em si.
“Nosso modelo de negócios será um modelo de receita publicitária. A ideia de como vamos fazer isso não será um modelo centralizado para anúncios, será específico em relação aos influenciadores”, disse John Matze à ″Squawk Box” da CNBC na última quinta-feira.
“Portanto, os anunciantes terão como alvo influenciadores e pessoas de grande alcance, e não nós como plataforma”, destacou o fundador do Parler.
Ganhar dinheiro com o Parler
A proposta é a seguinte: atualmente o modelo publicitário nas redes sociais funciona através de uma parceria dos anunciantes com às plataformas. No caso do Paler, a ideia é direcionar essa parceria para os influenciadores.
Segundo John Matze, isso permitiria que a rede social, já adotada por figuras como os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, ficasse isenta de acusações sobre fake news ou discursos de ódio, já que não teria responsabilidade direta sobre os influenciadores.
“A ideia é você boicotar influenciadores individuais cujo conteúdo você não gosta, não necessariamente nós como plataforma”, explicou Matze, segundo informações da CNBC.
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Em outras palavras, uma vez realizada a parceria do anunciante com o influenciador, este terá a responsabilidade direta de manter a credibilidade do seu conteúdo, uma vez que em vez do Parler, o próprio influencer poderá ser denunciado ao anunciante por uma possível publicação falsa ou ilegal, por exemplo.
A rede social será intermediadora?
Não ficou claro ainda como seriam feitas as parcerias entre os anunciantes e os influenciadores, mas tudo indica que o Parler terá a sua parte nisso, o que significa que provavelmente a rede social irá facilitar o fechamento dessas parcerias.
Isso, porque, o próprio formato de publicidade deverá utilizar o layout do Parler para exibir suas propagandas nos perfis e publicações os influenciadores. Ou seja, a plataforma entra com a estrutura, o influenciador com o conteúdo e a empresa com o anúncio. Legal, certo?
Assim, é possível que os influenciadores precisem estar habilitados para ganhar dinheiro no Parler, não apenas em número de seguidores, de fato, mas em qualidade de conteúdo.
Não é diferente do que ocorre atualmente em sites e canais do YouTube: sem relevância, pouco interesse dos anunciantes.
A liberdade de expressão no Parler
Apesar da expectativa de ganhar dinheiro com o Parler, o forte da empresa que tem atraído milhões de pessoas é a garantia da liberdade de expressão, algo cada vez mais debatido no cenário atual das redes sociais.
O crescimento de movimentos que pedem, por exemplo, para que o Facebook e o Twitter removam “fake news” e “discursos de ódio” tem sido visto por muitos como uma via de mão dupla, já que “ódio” é algo subjetivo e pode ser facilmente confundido com opiniões divergentes, por vezes ácidas e até radicias, ameaçando assim a liberdade de expressão.
Não é diferente com “fake news”, visto que nem sempre é possível julgar de forma objetiva um fato. Alguns acontecimentos dependem de interpretação e elas não são únicas, de modo que classificar o que é “falso” ou “verdadeiro” pode, também, resultar em censura.
Por essa razão o Parler desponta como uma alternativa viável para quem deseja maior liberdade para dizer o que pensa. Ainda que ganhar dinheiro com o Parler seja algo promissor para quem já atua como influenciador(a) digital, o principal fundamento da empresa está na garantia de que ninguém será calado injustamente.