A Copa América teve início no Brasil nesta sexta-feira (14), mas certamente não como a rede Globo esperava. Cinco anos após a realização da Copa do Mundo de Futebol, o cenário cultural e político no Brasil mudou radicalmente, o que significa também mudanças no interesse do público, que agora mais preocupado com o desenrolar da política nacional e cultivando forte rejeição aos opositores do atual governo, pode refletir na audiência um novo padrão de comportamento.
Para a rede Globo, que tentou vender – sem sucesso – parte dos direitos de transmissão da Copa América, comprados por R$ 51 milhões, isso pode significar um tremendo prejuízo. Sem a principal estrela da Seleção Brasileira, o atacante Neymar, cortado da disputa por causa de uma lesão, a exibição dos jogos pode não alcançar números suficientes para trazer lucro à emissora global.
O prejuízo, neste momento, não seria meramente financeiro, visto que já existem contratos milionários com patrocinadores. Mas seria de autoridade no aspecto da transmissão esportiva, que por conta de uma possível baixa audiência pode indicar aos patrocinadores que no futuro não valerá tanto a pena investir os mesmos valores.
Para a rede Globo a transmissão esportiva, especificamente o futebol, é uma das suas maiores receitas, algo que dado a crise histórica de audiência que vem enfrentando, poderá fazer diferença, especialmente se a intenção for manter os salários das celebridades, que este ano precisou ser diminuído. Caso contrário, emissoras concorrentes como a rede Record, que já vem sondando a possibilidade de contratação de novos profissionais, poderá ter a oportunidade que precisava para bater o martelo.