A jornalista Rachel Sheherazade comentou a não renovação do seu contrato com o SBT, o que significa a sua demissão da emissora após 9 anos de casa. Para a comunicadora, a sua dispensa foi resultado da pressão exercida pelo empresário Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan.
“Tem muitas coisas [que levaram à demissão], mas a declaração do dono da Havan, que se autodeclara como ‘véio da Havan’ [foi a principal]. Ele veio a público pedir a minha cabeça”, afirmou a jornalista para a coluna de Leo Dias, do portal Metrópoles.
Sheherazade destacou que Hang é um dos grandes patrocinadores do SBT, o que teria influenciado a decisão da sua dispensa. “Ele é um dos maiores patrocinadores do SBT e de outras grandes emissoras também. Então, ali eu já sentia alguma coisa”, disse ela.
Ao chegar no SBT, Rachel Sheherazade havia alcançado fama por seus comentários críticos em uma TV da Paraíba, a maioria associados ao perfil conservador. Ela chegou a ser defendida pelo então deputado Jair Bolsonaro quando foi criticada por defender um grupo que amarrou em um poste um jovem acusado de crime, no Rio de Janeiro, em 2014.
“Num país que sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível”, disse ela na época. “O Estado é omisso, a polícia desmoralizada, a Justiça é falha… O que resta ao cidadão de bem, que ainda por cima foi desarmado? Se defender, é claro”.
Com o passar dos anos, no entanto, Rachel Sheherazade – que já se declarou evangélica – passou a adotar uma postura crítica em relação à agenda conservadora, chegando inclusive a defender a união homossexual, segundo o Gospel Mais.
Rachel Sheherazade também passou a fazer críticas reiteradas ao presidente da República, Jair Bolsonaro, o que alguns atribuem ter sido o verdadeiro motivo da sua demissão do SBT, dado o apoio explícito declarado pelo empresário Silvio Santos ao governo.