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Jovem de 18 anos viajou ao espaço por 10 minutos em uma vaga que custou 146 milhões

Quanto você pagaria por uma viagem de apenas 10 minutos ao espaço? Ou, qual é o valor da sua vaidade? Ou seria de um sonho? Para quem pagou por uma vaga nessa empreitada, ao lado de Jeff Bezos, o custo foi de incríveis US$ 28 milhões, que convertidos em real na cotação de hoje (21/07) dariam cerca de R$ 146 milhões.

Esse foi o valor pago por uma pessoa que iria integrar o grupo que decolou ontem às 10h12 (horário de Brasília) do Texas, nos Estados Unidos, em direção ao espaço numa nave sem piloto da empresa Blue Origin, de propriedade de Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo que também é dono da Amazon.

Se tratou da segunda viagem de um novo mercado visa explorar o turismo espacial. Isso porque, o “passeio” de Bezos com a cápsula New Shepard aconteceu uma semana depois de outro bilionário realizar uma viagem parecida. Richard Branson, dono da Virgin Galactic, fez seu primeiro voo no último dia 11, segundo o G1.

A pessoa que pagou em um leilão US$ 28 milhões pela vaga na viagem, no entanto, desistiu de última hora. Com isso, o holandês Oliver Daemen foi escalado para ocupar o seu lugar, se tornando o ser humano mais jovem a ir ao espaço. No entanto, o pai do rapaz, Joes Daemen, presidente-executivo e fundador da Somerset Capital Partners, também teve que pagar pelo voo, mas o valor desembolsado por ele não foi revelado.

O ponto crítico aqui em nossa reflexão está no custo da viagem, independentemente do passageiro. Muitos dirão que gastar uma fortuna para uma viagem que, contando decolagem e pouso, durou menos de 11 minutos, é o extremo da vaidade. Todavia, o que é muito para uns pode não ser tanto assim para outros.

Isso depende do seu referencial de custo e desejo. Se você possui 10.000,00 mil em sua poupança, seria muito gastar 28,00 num churrasco de picanha? É semelhante para quem pode gastar 28 milhões podendo ter 100 BILHÕES na conta. A noção do que é ou não “absurdo” em relação ao gasto, portanto, depende da realidade financeira de cada um.

Entretanto, uma coisa não depende de referenciais financeiros e vale para todos, igualmente, quer seja rico ou pobre: a ética. Quando falamos de ética, estamos falando de moralidade. É o que nos faz ter a noção, por exemplo, do que é “certo” ou “errado”, “justo” ou “injusto”, “coerente” ou “incoerente”, razoável ou não.

Neste sentido, mesmo que para você R$ 146 milhões sejam o equivalente a quem paga uma passagem de avião para o Caribe (ou seja, nada absurdo), isso pode ser, sim, antiético, incoerente, irrelevante e até hipócrita se você for uma pessoa que discursa em favor de mais justiça social, combate à pobreza e filantropia, mas não investe proporcionalmente aos gastos das suas vaidades em tudo isso que prega.

Portanto, considerar um gasto dessa natureza hipocrisia, vaidade irrelevante ou não, é um tipo de julgamento que cabe a quem tem esse dinheiro para gastar, visto que só essa pessoa tem condições de avaliar se o que faz em sua vida condiz com o seu discurso moral e a sua prática social. Qualquer análise fora dessa realidade é especulação.

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