O Ministério das Relações Exteriores emitiu uma “nota diplomática” em resposta à um documento publicado pela Embaixada da China, no qual constam ameaças às autoridades brasileiras, após o deputado Eduardo Bolsonaro ter criticado a tecnologia 5G do país por suposta “espionagem”.
“Não é apropriado aos agentes diplomáticos da República Popular da China no Brasil tratarem dos assuntos da relação Brasil-China através das redes sociais. Os canais diplomáticos estão abertos e devem ser utilizados”, afirmou o Itamaraty.
“O tratamento de temas de interesse comum por parte de agentes diplomáticos da República Popular da China no Brasil através das redes sociais não é construtivo, cria fricções completamente desnecessárias e apenas serve aos interesses daqueles que porventura não desejem promover as boas relações entre o Brasil e a China”, completa a nota.
Em seu documento, a Embaixada da China criticou uma publicação de Eduardo Bolsonaro elogiando a decisão do Brasil em se aliar aos Estados Unidos no tocante à rejeição da tecnologia 5G chinesa, acusada de ser usada para espionagem.
Não apenas os Estados Unidos, mas países como Japão, França e Reino Unido também já recusaram o 5G chinês. Para a Embaixada da China, no entanto, a declaração de Eduardo – que depois foi apagada – poderá provocar “consequências” se for compartilhada por outras autoridades brasileiras.
“Instamos essas personalidades a deixar de seguir a retórica de extrema direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China e evitar ir longe demais no caminho equivocado. Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”, disse a Embaixada.
O Itamaraty, por sua vez, respondeu dizendo que a declaração chinesa desrespeita as autoridades do Brasil, além de possuir conteúdo “ofensivo”, segundo a Exame.
“O tom e conteúdo ofensivo e desrespeitoso da referida ‘Declaração’ prejudica a imagem da China junto à opinião pública brasileira (…) Desrespeitar a diversidade de pensamento e opinião existente no Brasil não contribui para o avanço das relações”, diz o governo brasileiro.
China ameaça autoridades do Brasil por críticas de Eduardo à suposta “espionagem” 5G