Como de rotina, grande parte da mídia divulgou na última quinta-feira (21) os dados atualizados sobre o número de mortos por Covid-19 no Brasil, informando que o país teria registrado 1.188 mortes nas últimas 24 horas. Mas, será que essa informação está correta?
Mídias como o portal UOL publicaram manchetes do tipo: “País tem 1.188 mortes em 24h”. O Valor publicou: “País bate recorde com 1.188 mortes em 24 horas”. A Veja também: “Brasil bate novo recorde com 1.188 óbitos em 24 horas”.
A verdade, porém, é que tais manchetes se tratam de pura “fake news”, pois na realidade o país não teve esse número de mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, e quem diz isso é o próprio Ministério da Saúde.
Duvida? Observe com atenção, abaixo, o trecho de uma publicação feita pelo Ministério da Saúde, observando os destaques em negrito:
“Até o momento, o país registra 18.508 óbitos, sendo que 1.188 foram registrados nos sistemas de informação oficiais do Ministério da Saúde nas últimas 24h, apesar de a maioria ter acontecido em outros dias.”
Na sequência, o órgão explica: “Isso porque as notificações ocorrem apenas após a conclusão da investigação dos motivos das mortes. Desse total, 311 mortes ocorreram, de fato, nos últimos três dias e outras 3.534 estão em investigação.”
Registro é diferente de morte
Onde está o erro nas publicações do UOL, Valor e da Veja, entre outras? Está em afirmar que o Brasil teve “1.188 mortes em 24h“, quando na verdade o número 1.188 corresponde ao registro das mortes ocorridas em dias diferentes, e não em apenas um.
O número se refere ao REGISTRO em 24 horas, e não mortes. Quando essas mídias dizem que houveram 1.188 ÓBITOS em apenas um dia, elas não estão se referindo ao registro, mas sim à ocorrência da morte, o que é falso!
É por isso que em sua publicação o ministério da Saúde destaca que “desse total, 311 mortes ocorreram, de fato, nos últimos três dias e outras 3.534 estão em investigação.”
Conclusão
Parte da mídia parece estar mais preocupada em promover um clima de pânico do que de informar a realidade dos fatos à população, e a pandemia do novo coronavírus tem servido de instrumento para isso, o que é lamentável.
O fato de grandes veículos não se atentarem para a diferença entre ocorrência de registro e a ocorrência de óbitos não parece algo por acaso, mas intencional, tendo como objetivo sustentar uma narrativa que tem por objetivo outros interesses, e não o da informação.
Com razão, o jornalista Guilherme Fiuza comentou:
“A quem se interessa por vidas e não por manchetes sádicas: o Brasil NÃO teve 1.188 mortes por covid-19 nas últimas 24h. Foram 311 mortes nos últimos 3 dias – e as demais (das 1.188 REGISTRADAS nas últimas 24h) em dias anteriores. O monstro celebrado por Lula não precisa de ajuda”.
A quem se interessa por vidas e não por manchetes sádicas: o Brasil NÃO teve 1.188 mortes por covid-19 nas últimas 24h. Foram 311 mortes nos últimos 3 dias – e as demais (das 1.188 REGISTRADAS nas últimas 24h) em dias anteriores. O monstro celebrado por Lula não precisa de ajuda.
— Guilherme Fiuza (@GFiuza_Oficial) May 22, 2020