Diferente do que aconteceu no início de junho desse ano, quando os editores do site Intercept Brasil prometeram fazer revelações “bombásticas” sobre os integrantes da operação Lava Jato, e foram fortemente ecoados pela grande mídia, a divulgação de novas mensagens atribuídas aos membros da força-tarefa nesta terça-feira (27/08) indica um desfecho completamente diferente do que Glenn Greenwald e sua trupe esperavam.
Se a intenção do Intercept Brasil era utilizar o material roubado por hackers para derrubar o ministro da Justiça, Sérgio Moro, o plano fracassou. O mesmo podemos dizer sobre a libertação do ex-presidente Lula, assim como do afastamento do coordenador nacional da Lava Jato, Deltan Dallagnol.
É possível chegar a tal conclusão, porque ela está baseada em cada capítulo da novela midiática envolvendo o Intercept e a Lava Jato. Em todos eles, a expectativa do “jornalista” Glenn Greenwald e sua equipe era que o conteúdo do material divulgado por eles fosse suficiente para causar um caos judicial no país e certamente anular a condenação do ex-presidente Lula. No entanto, o que aconteceu?
Os hackers acusados de clonar os celulares das autoridades públicas foram presos. A suspeita de envolvimento de políticos da esquerda no esquema de receptação do Intercept foi confirmada com a confissão da ex-deputada Manuela D’Ávila. Indícios de adulteração do material roubado vieram a tona e, no final das contas, nenhum inquérito contra Moro ou Dallagnol foi aberto e a Lava Jato continuou com novos desdobramentos, cumprindo o seu dever.
O que resta ao Intercept é apelar para fofocas
Diante desses fatos, o que vem restando ao Intercept Brasil é nada mais do que apelar para a publicação de conteúdos que, na prática, não passagem fofocas elevadas ao nível do “escândalo”.
Não é diferente com o material divulgado nesta terça, onde os procuradores da Lava Jato teriam, supostamente, debochado da morte da ex-primeira-dama Marisa. Nenhuma evidencia de crime, nada que possa comprometer as dezenas de sentenças condenatórias contra os investigados na Lava Jato, incluindo o ex-presidente Lula.
Como se não bastasse a natureza novelesca do material colhido por Glenn Greenwald e a sua equipe, ainda pesa sobre eles a suspeita de adulteração do conteúdo ou mesmo completa falsidade, visto que os mesmos não dispuseram seu material para ser verificado e devidamente autenticado por autoridades públicas competentes.
Assim, o Intercept Brasil segue apostando, tratando suas matérias em tom de suspense para efeito de marketing e especulação midiática, algo típico de quem não tem nada de contundente, senão fofocas e conteúdo suspeito.