Que a pandemia do novo coronavírus foi e continua sendo politizada, disso ninguém duvida. O que ainda chama atenção, no entanto, é a impressão de que parece haver um interesse em especial pelo cerceamento da liberdade religiosa, incluindo o Natal.
É curioso observar, por exemplo, que toda aglomeração que atende os interesses da agenda político-ideológica da esquerda parece passar despercebida aos olhos críticos da grande imprensa.
Quando manifestantes incendiaram templos históricos no Chile, onde estavam os críticos das aglomerações? Por outro lado, deu-se ênfase absoluta à suposta legitimidade dos protestos por uma nova Constituição naquele país. Ainda esta semana, cerca de 10.000 pessoas fizeram uma nova manifestação.
De forma semelhante, quando centenas de pessoas do movimento Black Live Matter saíram às ruas não um ou dois dias, mas por semanas consecutivas, para protestar em prol da causa racial, os críticos da aglomeração também pareceram sumir!
Aqui no Brasil, aglomerações de campanha contando com milhares de pessoas também foram tratadas com visível complacência. Poucas manchetes críticas, para não dizer nenhuma. E agora, passada a eleição, eis que surge uma nova narrativa: ‘Vamos cancelar o Natal’
Cancelamento do Natal
Nos Estados Unidos, o comentarista da CNN Jake Tapper, uma das figuras mais notáveis dessa emissora naquele país, defendeu que reuniões específicas deveriam ser canceladas para evitar o contágio com o coronavírus.
”Então, não [teremos vacina] antes do segundo ou terceiro trimestre de 2021? O Natal provavelmente não será possível”, disse ele, com destaque nosso, segundo o Gospel Mais.
Ora, a narrativa de cancelamento da comemoração EM FAMÍLIA do nascimento de Jesus Cristo também já surgiu no Brasil, não parece engraçado? Melhor dizendo: não parece um discurso intencionalmente coordenado?
O jornal Estadão, por exemplo, publicou uma manchete dizendo que por causa do suposto aumento de contágio com o coronavírus, “famílias cancelam planos de Natal e Ano Novo“. A narrativa é sutil, mas o poder de indução é enorme!
A diferença de narrativa quanto aos riscos envolvendo a pandemia é gritante! Se é por uma causa ideológica ligada à esquerda, ao progressismo, está liberado! Ou, pelo menos, fechamos parcialmente os olhos e deixamos que a própria sociedade julgue, soltando pequenas notas de “crítica”, mas sem grande força.
Mas se é uma festa cristã, o Natal… ah, não! Este deve ser cancelado! Para não parecer de que se trata de uma intenção explícita especificamente contra a tradição cristã, digamos que o Ano Novo também deverá ser cancelado, certo?
Ora, especulações e ironias à parte, o fato é que a diferença no tratamento do que é considerado mais ou menos importante para a sociedade durante a pandemia é visível e isso não pode ser ignorado, pois caso contrário às liberdades individuais serão postas em xeque. A população precisa ficar de olhos bem abertos!