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Moro abandonou o Governo na tempestade, ficou vulnerável e hoje está pagando o preço

Moro abandonou o Governo na tempestade, ficou vulnerável e hoje está pagando o preço

Reprodução: Google

Uma pergunta que não quer calar nesse momento onde os corruptos parecem prevalecer através do Poder Judiciário: se Sérgio Moro ainda fosse ministro da Justiça, o desmonte da Lava Jato estaria acontecendo debaixo do seu nariz? Façamos uma rápida análise!

Em 2019, quando a “Vaza Jato” veio à tona, uma das pessoas que saiu em defesa do ex-ministro foi ninguém menos que o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro. O chefe do Executivo chamou o roubo de mensagens dos investigadores da Força-Tarefa de “criminoso” e rasgou elogios ao então ministro

Na época, Bolsonaro chegou a publicar uma foto abraçando o ex-ministro e disse que o que Moro fez pelo país “não tem preço”. “Ele botou para fora as vísceras do poder. A promiscuidade do poder no tocante à corrupção (…). Ele faz parte da história do Brasil”, afirmou o presidente, segundo o Poder360.

Naquela ocasião, Moro, Dallagnol e toda a Lava Jato estava sob fogo cruzado, sendo atacados pela mesma esquerda que hoje comemora a anulação das condenações do ex-presidente Lula, com base em quê? Com base no mesmo conteúdo da Vaza Jato, o qual ganhou força e voltou a ser utilizado em recursos após a saída do ex-ministro do Governo, em abril de 2020.

O que está acontecendo com Moro e a Lava Jato hoje já poderia ter acontecido em 2019, caso o próprio cargo de Ministro da Justiça e o apoio do Governo não fossem proteções naturais para o ex-juiz da Lava Jato. A declaração de Bolsonaro como líder do Executivo e chefe supremo das Forças Armadas, apoiando os procuradores, sem dúvida alguma fez com que às intenções de uso das mensagens roubadas naquela ocasião perdessem força.

Outro fator, também, foi a própria atuação de Moro enquanto ministro da Justiça, ordenando investigações e endossando a prisão dos envolvidos no roubo das mensagens das autoridades. O simples fato do ex-ministro estar ocupando, na época, a posição de Ministro da Justiça, significava um fator de proteção e intimidação natural contra os corruptos e criminosos.

Ao decidir abandonar o Governo em abril de 2020, Moro não apenas se tornou muito mais vulnerável aos olhos dos corruptos que queriam a sua cabeça, como deu ampla margem para ser acusado de interesses políticos, endossando a principal narrativa da defesa de Lula contra ele, que é a de suspeição.

Isso, porque, ao sair atirando contra Bolsonaro, Moro reforçou a ideia de que as suas ambições estavam (ou estão) focadas em 2022. Isso ficou pior ainda quando as suas acusações de suposta interferência do presidente na Polícia Federal não foram comprovadas, restando apenas narrativas.

Em vez disso, o ex-ministro passou a adotar uma postura nitidamente politiqueira, com críticas frequentes ao governo e frases clichês dirigidas à população durante a pandemia. Ou seja, um comportamento político explícito que só foi arrefecido após ele ver que estava perdendo o apoio da própria população.

Tudo isso deu força à defesa de Lula para acusar o ex-ministro de suspeição, corroborando para o resgate da Vaza Jato, a anulação das condenações de Lula por Fachin e agora, nesta terça-feira (09), o julgamento pela 2ª Turma do STF sobre a suspeição de Moro em sua atuação como juiz na Lava Jato.

Portanto, você acha mesmo que tudo isso estaria acontecendo se Sérgio Moro tivesse tido a paciência e determinação de permanecer como ministro da Justiça até hoje, cumprindo o seu papel da melhor forma possível, mesmo não concordando com tudo do atual governo? Difícil acreditar.

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