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O drama de viver em quarentena

Quando a economia mundial sentir um baque mais acentuado, acontecerá uma especie de neurose coletiva. Viktor Frankl define bem um quadro de extremo sofrimento, como a fome e a expectativa da morte todos os dias em situações que ele vivenciou nos quatro Campos de Concentração Nazista: Colapsofobia; Infartofobia; Insultofobia.

Viktor Frankl (uma história para contar em outro texto) faz uma leitura trágica do que viu, pessoas colapsadas pelo horror nazista. Gostaria de partilhar como era a situação daqueles que viviam lá. Segundo Frankl, existiam aqueles que desistiam no primeiro dia, colapsados viam através do suicídio o fim da sua angustiante expectativa de futura morte, tinham aqueles que se isolavam e simplesmente se entregavam a fome, paravam de comer qualquer coisa até a morte chegar.

Trabalhos forçados, assassinatos todos os dias, fome, descaso, doenças como tifo, humilhação extrema, morte de seus familiares e amigos, separação de uma vida normal. Mas apesar deste ambiente tão hostil, Viktor Frankl foi um dos exemplos de ser que manteve sua dignidade, integridade com perspectiva de fazer algo lá fora, algo a realizar ainda nesta vida, e isto foi importante para sua sobrevivência.

O exemplo de hoje, nossa quarentena em função de um vírus gripal, nem perto chega do extremo sofrimento produzido pelos Nazistas. Mas não é possível ignorar o mal em pequena escala. Isolado em sua casa, com a TV comprometida em produzir sempre quadros negativos, pois precisa de audiência, somando a situação das contas, mais a situação de reabastecer a casa com alimentos, esposa e filhos chorando e por fim, a expectativa do desemprego – Sim, o ser humano pode cair em profunda angústia e desespero.

Consequência final: Uma imensa expectativa que produz uma angustia tão profunda. O quadro se agrava, e por medo, o isolamento é a solução, então chega o fantasma da depressão – e por fim, dependendo do caso, até o suicídio.

O que será preciso? Evitar o máximo jornalismos comprometidos com o caos, claro que a vida não é feita somente de boas notícias, e não estou tentando evitar o sofrimento humano, cada um precisa viver seu drama – a questão aqui é se alimentar do ódio, do desespero, do caos.

Exemplo da Globo que lucra com isso, ela sempre promoveu o declínio humano, e agora está ideologicamente exposta e comprometida à qualquer custo derrubar o governo e perseguir qualquer posição contrária à sua agenda.

Um outro fator importante e que precisa de atenção será a continuidade do isolamento radical obrigatório, se algum prazo não for estabelecido, a sociedade vai certamente entrar em colapso progressivo. Uma coletividade acuada, com expectativa que produz medo e angustia, pode criar uma onda devastadora de anarquia. Tudo precisa ter prazo e cada nação tem seu contexto.

O que cabe ao governo ele precisa fazer, precisa liderar seu povo neste momento inseguro e medir o que se pronuncia. Palavras em contextos inapropriados podem inflacionar a situação. Nós como sociedade precisamos atentar para os cuidados preventivos, seguindo as regras e cobrando dos governos o retorno progressivo das atividades comerciais.

Sim, para o famoso psiquiatra Viktor Frankl que viveu o desespero do extremo sofrimento em Campos de Concentração Nazista, sempre existe uma escolha, sempre a decisão cabe a nós, o poder de se manter integro ou abraçar a loucura. Fica a torcida para que este vírus seja combatido e retorne para sua caverna, e a sociedade volte a pulsar. Vamos confiar em Deus!

Heuring Motta
Análises sobre o cenário da política e assuntos de interesse público. Por: Heuring Motta - Teólogo e professor, especializado em Hermenêutica, Ciências Políticas e Logoterapia pela Universidade Católica de Salvador. É também colunista do Instituto John Owen. Casado e pai de uma filha.
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