O debate público envolvendo o conservadorismo parece ser algo que se distancia, e muito, do público LGBT. Entretanto, essa impressão não reflete a realidade como um todo. É isto o que defende o PhD. em Economia, professor universitário e homossexual, Emanoel Barros.
“A esquerda insiste em taxar os conservadores como preconceituosos e homofóbicos. Sabemos que a maioria não é assim, como sabemos que nem toda esquerda é corrupta. Sou homossexual e conservador e lido perfeitamente com essas duas vertentes em minha vida”, afirmou o professor.
A declaração do Dr. Barros foi dada recentemente como um testemunho pessoal, quando comentou a polêmica envolvendo a transexual Thammy Miranda, escolhida para atuar na propaganda do Dia dos Pais da Natura.
Para Emanoel Barros, que se declara cristão, o acolhimento da pessoa LGBT deve imperar diante das opiniões, especialmente no meio religioso. “Aprendi com o tempo que Deus me ama”, disse ele.
“No que não tenho propriedade para falar (pois não entendo o que passa nos dilema e no dia-a-dia da Thamy) eu me silêncio. Ela é filha de Deus como eu sou. Nessas horas uso a palavra do Mestre dos mestre: ‘Quem não tiver errado que atire a primeira pedra!'”, diz Barros.
Até onde vai o conservadorismo?
Muitos discordam do fato de um homossexual se declarar conservador, pois entendem que o conservadorismo envolve às relações afetivas (sexuais) em seu modo tradicional, isto é, segundo o modelo familiar nuclear: marido, esposa e filhos.
Entretanto, até onde o conceito de conservadorismo pode ir? Ou, é possível ser conservador em alguns aspectos e não em outros, sem confrontar os que pensam diferentes nos quesitos mais tradicionais, por exemplo? Aparentemente, Emanoel Barros entende que sim.
Em outra publicação, o professor da UFPE e defensor ferrenho do presidente Jair Bolsonaro listou vários motivos pelos quais se considera conservador.