Pessoas que realmente se preocupam com o próximo possuem características que se distinguem da maioria. Uma delas é a capacidade de filtrar o que é ou não prioridade, significativo, possui lógica e capacidade de fazer a diferença nos momentos de maior necessidade social. Bater panelas está longe disso!
Ainda assim, durante a pandemia do novo coronavírus, enquanto hospitais, municípios e comunidades carentes se preocupam com o suprimento de produtos de higiene e proteção individuais, tais como máscaras e álcool em gel, muitos investem tempo e energia na organização de “panelaços” contra o presidente Jair Bolsonaro.
Diferentemente do Brasil, nos Estados Unidos democratas (esquerda) e republicanos (direita) já deram sinais de união diante da pandemia, incluindo emissoras de TV tradicionalmente críticas do presidente Donald Trump. Esse é o resultado de um povo que foi culturalmente educado à colocar o seu país acima das questiúnculas partidárias nos momentos de crise.
Em nosso país, por outro lado, a divisão vem “de cima” e foi muito bem exposta pelo jornalista José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, em uma matéria para o portal Metrópoles esta semana. “João Doria, governadores diversos, prefeitos e uma infinidade de pequenas autoridades, que vão do síndico ao guarda-noturno, não estão combatendo o vírus: estão arruinando o Brasil”, disse ele.
“Criaram, em conjunto, uma situação de anarquia, na qual vai se tornando impossível produzir. Alguns fazem isso por estupidez. Outros por se julgarem espertos em excesso. Quem vai sofrer, como sempre, é quem ficará sem trabalho”, completou o diretor editorial da revista Exame.
Como resultado desse incentivo à anarquia que parte dos próprios representantes do povo, o que deveria ser mais útil ao país se torna em uma arena virtual, onde partidários trocam ataques nas redes sociais e organizam panelaços, enquanto o coronavírus avança e coloca em risco a vida dos mais necessitados.
Se por um lado alguns querem fabricar manchetes contra o governo batendo panelas, a grande maioria só deseja sobreviver e poder ir trabalhar no outro dia. Essa maioria é feita de pessoas que desejam ver o Brasil avançar, reconhecendo as suas dificuldades, erros e acertos em todas as áreas, mas ciente de que sem um mínimo de união nos momentos de caos, não haverá país pelo qual lutar amanhã.