Não é fácil tratar de política no Brasil. Acredito que parte da dificuldade está no modo como alguns enxergam os próprios objetivos, os quais nem sempre estão voltados para o Brasil, mas para uma espécie de satisfação egoica, o que termina fragilizando a direita como um todo. Infelizmente, também estamos vendo isso acontecer este ano.
Que vale mais para o Brasil? Uma candidatura que fracassa nas urnas porque foi direcionada para um cargo errado, no momento errado, ou a vitória garantida de um conservador que se lançou para um cargo mais compatível com o seu potencial eleitoral?
Para mim, a resposta é logicamente a segunda. No contexto em que vivemos, então, mais ainda. Se em 2018 foi difícil superar às perseguições e ameaças contra nós, conservadores, este ano a dificuldade será muito pior, pois a oposição vem demonstrando que conta com o apoio de alguns “poderes” fora do campo político.
Creio na reeleição do nosso presidente Jair Bolsonaro. Numericamente falando, não vejo dificuldade quanto a isso, pois não acredito nas pesquisas eleitorais, assim como não acreditei em 2018. Porém, vimos ao longo deste mandato que ter um Congresso alinhado ao governo é crucial para conseguir governar.
Esse alinhamento começa no voto para deputados e senadores, por isso é tão importante a direita possuir nomes compatíveis com o potencial eleitoral para cada cargo. Vejo que em alguns estados, no entanto, figuras importantes que se tornaram nacionalmente conhecidas repentinamente, estão arriscando a dar um passo maior que a perna.
São pessoas honradas, sérias, que realmente querem ajudar o Brasil, mas que parecem enxergar o potencial eleitoral que possuem, apenas de dentro da própria bolha. Estão confundindo fama repentina com o apoio nas urnas, o que é diferente. Acreditem, estou há mais de 20 anos militando nesse campo e sei do que estou falando.
Olhem para o caso do Espírito Santo, que em 2018 elegeu Fabiano Contarato (agora do PT), impondo uma derrota ao aliado de Bolsonaro, o ex-senador Magno Malta. Vejam, agora, quanta falta faz uma pessoa como Malta no Senado Federal. Os votos, portanto, nem sempre refletem a popularidade de alguém.
Em outras palavras, quero dizer que, se uma figura fortíssima como Magno Malta, com anos de vida pública e atuação no Senado, não conseguiu se reeleger mesmo com o seu grande potencial eleitoral e o apoio de Bolsonaro, o que dizer de alguém que caiu agora na política, não tem o apoio declarado do presidente e, mesmo assim, já quer disputar o Senado?
É possível que essa(s) pessoa(s) se elejam? Sim, existe a possiblidade, mas ela é maior ou menor, se comparada a outras candidaturas? Essa é a questão! Se trata de probabilidade e maior margem de segurança, a fim de que a gente não desperdice munição em um momento crucial para o país.
Portanto, termino fazendo um apelo aos conservadores do Brasil, incluindo os pré-candidatos, para que a gente possa se unir em prol das candidaturas da direita com a maior chance de vitória, especialmente as indicadas pelo presidente Jair Bolsonaro, que está vendo o jogo no tabuleiro por cima.
Caso contrário, se não estivermos dispostos a abrir mão das disputas de ego, em vez de somarmos forças, vamos dividir os votos, fragmentando o apoio da direita, o que poderá resultar em derrota para todos. Fica o alerta!