É natural que diante do sofrimento você reclame, tenha medo, angústia e outros desconfortos. Há pessoas, contudo, que nessas horas transformam seus problemas em um meio de vida.
Quando tal situação existe, nada além “de mim” é mais importante. O sofrimento assume a sua identidade. Você é o pleno murmúrio em pessoa, ambulante, trabalhando, estudando, convivendo, mas sempre em função da dor.
Pessoas assim geralmente entram em uma decrescente. O sofrimento está lá, ele é real. Há motivos concretos para sofrer, mas você dá novos contornos negativos ao processo que por si só já é ruim, mas que por sua falta de resiliência se torna ainda pior.
A consequência mais imediata disso é que possíveis soluções se tornam difíceis de serem vistas. Assim como quem anda de cabeça para baixo não enxerga o céu azul repleto de estrelas, quem vive em função do sofrimento termina perdendo a capacidade de ver a chance de ser feliz, ainda que por um momento, mas um momento que pode ser o suficiente para o dia.
Uma boa dica para quem precisa sair do seu quadrado de sofrimento é se deixar abrir aos ensinos de alguém que soube lidar com o próprio sofrimento de forma vitoriosa. É ver que fora do seu quadrado há sempre outro que também sofre e é semelhante a você.
Cada um sabe a dimensão da sua dor, mas é se abrindo a dor do outro que podemos mensurar a nossa e dizer para nós mesmos até que ponto o que sentimos faz jus à realidade, e o que temos feito para lidar com ela. Talvez isso te faça perceber que lá fora do quadrado há um mundo te esperando.
Nesse mundo há sol e tempestades, mas a forma como você os encara depende do quão disposto(a) você está para se relacionar com eles, o que significa saber abrir mão dos próprios dilemas para também acolher a quem sofre.