O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta segunda-feira que as operações feitas entre a instituição e o grupo Odebrecht praticamente durante toda a gestão dos governos petistas, entre 2003 a 2018, resultaram em perdas, já ocorridas ou potenciais, de R$ 14,6 bilhões.
A informação foi divulgada por meio de nota que, segundo o BNDES, tem o objetivo de dar transparência às ações do banco. Segundo o banco, R$ 3,7 bilhões se referem a perdas da União em créditos no financiamento à exportação. Outros R$ 8,7 bilhões seriam perdas potenciais (máximas), correspondentes ao valor de exposição total do BNDES em créditos perante as empresas em recuperação judicial do grupo Odebrecht.
O restante das perdas, seriam, segundo o banco, decorrentes da venda de suas ações da Atvos (perda efetiva de R$ 800 milhões) e do valor das ações da OTP (que resultariam numa perda potencial de R$ 1,4 bilhão), segundo informações da Agência Brasil, que tentou contato com a Odebrecht para maiores esclarecimentos, mas não obteve retorno.
De acordo com a nota, nesses 16 anos (2003 a 2018), o BNDES investiu R$ 51,3 bilhões na Odebrecht, através de oferta de crédito direto e indireto, financiamento específico a exportações e aquisição de participações societárias.
Vale destacar que a Odebrecht é um dos principais alvos da operação Lava Jato, que nos últimos cinco anos apontou laços de corrupção entre a cúpula da empresa com lideranças políticas, entre elas o ex-presidente Luis Inácio Lula e o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci.