A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia nesta quinta-feira contra o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) sob acusação de ter recebido propina de R$ 65 milhões como contrapartida por obras de usinas hidrelétricas que tiveram a participação de uma estatal mineira.
Os crimes apontados são de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo a acusação, os repasses foram feitos pelas empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez. Parte dos valores foi paga em dinheiro vivo e outra parte por meio de contas no exterior, que, segundo a denúncia, teriam usado até mesmo o esquema de lavagem do doleiro Dario Messer.
Também foram denunciados o empresário Alexandre Accioly e o ex-presidente de Furnas Dimas Toledo, acusados de terem sido operadores do tucano para o recebimento dos recursos ilícitos.
A denúncia foi enviada ao ministro do STF Edson Fachin, relator do caso. A acusação deverá ser julgada pela Segunda Turma do STF, que decidirá se abre ação penal e torna Aécio réu neste caso. Além desse caso, Aécio já é réu em uma denúncia movida pela PGR que acusou Aécio de receber R$ 2 milhões em propina da J&F. O tucano foi gravado pelo dono da empresa, Joesley Batista, acertando o pagamento de valores.
“Aécio Neves recebeu indiretamente R$ 30 milhões de vantagem indevida, em razão de sua função pública, do grupo Odebrecht e R$ 35 milhões de vantagem indevida, em razão de sua função pública, da construtora Andrade Gutierrez”, aponta a denúncia, assinada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo, coordenadora do grupo da Lava-Jato na PGR. Com: Extra