O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, negou que tivesse algum conflito com o presidente Jair Bolsonaro, após a saída de um encontro esta semana, o qual serviu para tratar de assuntos relativos à Amazônia.
No encontro, Mourão disse que foi apresentado ao líder do Executivo um relatório do Conselho Nacional da Amazônia Legal, pauta que foi assumida por ele no auge das críticas contra a gestão ambiental do país, em 2019.
“Apresentamos as atividades do Conselho (da Amazônia), o planejamento 2021/22 e entregamos o relatório do primeiro ano de atividades. Pronto, normal, nada demais”, afirmou o vice-presidente ao responder uma pergunta sobre a natureza do encontro.
Na sequência, porém, um jornalista tentou induzir à ideia de conflito entre os dois presidentes, perguntando se Mourão havia feito às pazes com Bolsonaro, mas acabou tomando uma invertida do genera: “Nós nunca brigamos”, respondeu o vice, segundo a Gaucha ZH.
Opinião Crítica
Mourão é pragmático e parece ser o tipo de pessoa, especialmente como militar, que enxerga o cenário de forma estratégica. Ao dizer que nunca brigou com Bolsonaro, não significa que não reconheça que exista entre eles diferenças no modus operandi do governo.
Significa tão somente que o general está sabendo abrir mão de um possível protagonismo em função de uma causa maior, a saber: a governabilidade, o Brasil, a sua trajetória enquanto militar, etc.
Até hoje, no entanto, a sombra da desconfiança sobre a lealdade do vice-presidente ainda ronda a mente dos apoiadores de Bolsonaro, e isso ocorre em parte por causa de fatos como o recente, onde um assessor da vice-presidência foi denunciado por – supostamente – conspirar em prol do impeachment de Bolsonaro.
Em todo caso, o fato é que até aqui Mourão tem sabido gerir corretamente os constantes ataques da imprensa contra o governo, reagindo criticamente em alguns momentos, mostrando que não é meramente uma figura inerte, mas também com moderação, servindo como um ponto pacificador, o que é muito importante.