O presidente Jair Bolsonaro não reagiu bem à divulgação de uma gravação telefônica feita pelo senador Jor Kajuru no domingo, após falar com o chefe do Executivo sobre a determinação do STF sobre abertura da chamada “CPI da pandemia”.
“Eu fui gravado em uma conversa telefônica, a que ponto chegamos no Brasil. Gravado”, disse o presidente para apoiadores na manhã de hoje. Bolsonaro enfatizou a gravidade do caso, o qual pode ser enquadrado como crime contra a segurança nacional.
“Não é vazar. É te gravar. A gravação é só com autorização judicial. Agora, gravar o presidente e divulgar… E outra, só para controle, falei mais coisas naquela conversa lá. Pode divulgar tudo da minha parte, tá?”, disse ele.
Na gravação, Bolsonaro e Kajuru se mostram “alinhados” no que diz respeito à CPI da pandemia, pois ambos defenderam a ampliação da mesma, de modo que a investigação sobre possíveis erros na gestão da crise alcance também governadores e prefeitos.
Mas, na conversa com o senador, Bolsonaro também pediu que o mesmo cobrasse do Senado a análise de pedidos de impeachment contra alguns ministros do STF. O fato de não saber que estava sendo gravado e, principalmente, que Kajuru teria a atitude de divulgar o áudio, certamente deixou o presidente a vontade para falar o que pensa.
Kajuru diz que Bolsonaro sabia
Segundo a Istoé, o senador Kajuru disse ao jornal Estado de S. Paulo que Bolsonaro foi avisado da gravação, e que ele iria publicar o áudio 20 minutos antes e que o presidente conversou com ele “sabendo que a conversa poderia ir ao ar”.
A reação de Bolsonaro na manhã de hoje, no entanto, sugere que o mesmo não sabia, ou que o aviso dado por Kajuru antes da conversa entre os dois não foi claro o suficiente. Assista abaixo: