Não foi suficiente o pedido do presidente Jair Bolsonaro, os alertas do Ministério da Saúde, muito menos a chuva que caiu em algumas regiões do país. Centenas e milhares de pessoas saíram às ruas neste domingo, 15, para protestar contra decisões do Congresso Nacional, do STF, e demonstrar apoio ao governo.
Nem mesmo o presidente da República se conteve e, arriscando ser bombardeado pela oposição e até mesmo acusado de crime de responsabilidade, saiu nas ruas de Brasília em um claro ato solidariedade aos manifestantes, chegando a portar uma bandeira nacional emprestada e cumprimentar alguns populares.
A população mostrou, mais uma vez, que o jeito de fazer política no Brasil mudou. A grande mídia não dita mais a pauta do que é ou não verdade. O Congresso Nacional, por si só, muito menos. O povo aprendeu a se organizar por conta própria e expressar a sua indignação quando e onde quiser, de forma justa e pacífica.
Nesta matéria não cabe julgar se os atos deste domingo foram ou não responsáveis do ponto de vista sanitário. Basta-nos ressaltar que apesar dos riscos, a democracia se fez presente e o Hino Nacional fez pleno sentido, especialmente no trecho que diz: “Em teu seio, ó Liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte!”.
A população não foi convocada pelo presidente. Ao contrário disso, ele mesmo recomendou o adiamento das manifestações devido aos riscos sanitários. Também não foi um ato isolado, mas de âmbito nacional, em várias cidades do país.
Críticos do governo, obviamente, irão tentar colocar sobre o presidente a culpa pelas manifestações, apontando possíveis consequências disso na área da saúde como resultado direto da manifestação favorável de Bolsonaro sobre o ato.
Politicamente, no entanto, os resultados ainda são incertos, mas tudo leva a crer que diante de um cenário tão favorável ao presidente, mesmo em um contexto de crise na saúde, dificilmente o Congresso Nacional terá a coragem de tomar alguma medida contra o Planalto, uma vez que o recado foi dado.