A pandemia do novo coronavírus está colocando sob suspeita algumas prefeituras e estados, após governadores e prefeitos gastarem verbas milionárias para a compra de equipamentos de saúde possivelmente superfaturados, o que pode ter ocorrido no governo de João Doria, em São Paulo.
A suspeita é do Ministério Público Estadual, que instaurou um inquérito civil, desmembrado em cinco procedimentos, para apurar compras do governo João Doria (PSDB), segundo informações do Jornal de Brasília.
“A gestão fechou o maior contrato estadual até aqui: US$ 100 milhões (cerca de R$ 574 milhões) por 3 mil respiradores da China. Por enquanto, 150 unidades foram liberadas pelo governo chinês, que limita a entrega em lotes”, informou o editorial.
O Opinião Crítica já havia noticiado que os 3 mil respiradores chineses, feita pelo governo Doria, teria sido sem licitação, o que reforçou ainda mais às suspeitas de alguma forma de ilegalidade na aquisição dos produtos.
É importante destacar, no entanto, que em situação de calamidade pública a ausência de licitação é permitida em casos de urgência na compra de produtos de grande necessidade. Por outro lado, o superfaturamento dos produtos, não.
O governo Doria informou que “a aquisição [dos respiradores] cumpriu as exigências legais e os decretos estadual e nacional de calamidade pública”, alegando que o fornecedor da China teria sido escolhido por apresentar melhores prazos de entrega.
Por outro lado, o Opinião Crítica também noticiou, já por duas vezes, que a China vendeu respiradores defeituosos para o Brasil, assim como encheu a Europa de equipamentos médicos com problemas.
Resta saber, portanto, se os R$ 574 milhões gastos pelo governo paulista foram realmente bem aplicados ou se boa parte deles serviu apenas para fazer enriquecer ainda mais a empresa chinesa.