A psicóloga e escritora Marisa Lobo avaliou a pré-campanha de Sérgio Moro ao cargo de presidente da República. Segundo a autora, o ex-juiz se transformou numa “peça de marketing” fabricada pela mídia, artificial e “sem vida” em si mesma. Ela fez um comparativo em relação ao perfil de Jair Bolsonaro, destacando o que considera diferenças entre os pré-candidatos.
Para Marisa, a popularidade de Bolsonaro “é orgânica/natural, foi conquistada por ele mesmo ao longo dos anos, junto ao povo. O Brasil que foi às ruas no 7 de setembro dizendo ‘EU AUTORIZO’ é fruto dessa conquista e identificação. O presidente só precisou ser quem ele realmente é para chegar onde está”, diz a psicóloga.
“Bolsonaro nunca escondeu suas intenções; nunca se preocupou com a sua imagem ou ‘biografia’; sempre falou o que pensa independentemente das consequências, incluindo palavrões, porque sempre foi verdadeiro.
“É essa verdade e transparência na pessoa de Bolsonaro que fez o povo confiar nele, porque viu nele alguém sincero e disposto à lutar pelo Brasil e não pelas próprias ambições”, disse a presidente do PTB do Paraná em suas redes sociais.
Sobre o ex-ministro Sérgio Moro, no entanto, a psicóloga acredita que sua popularidade “está sendo fabricada por uma mídia feita de muitos ‘antas’, ‘isentões’ e gente literalmente morna. É impessoal, fria e pragmática, sem vida em si mesma, porque é artificial”.
Marisa Lobo argumentou que antes de se tornar ministro da Justiça, o Brasil só conhecia o lado do juiz Sérgio Moro através da sua atuação na operação Lava Jato, mas que a partir de 2019 passou a ver o que seria o lado político do então ministro.
“O lado de alguém aparentemente calculista, capaz de aceitar um cargo de autoridade visando benefício próprio (indicação ao STF) e não o amor pelo Brasil”, diz Marisa. “Alguém que foi capaz de esconder o que realmente pensa sobre pautas conservadoras, fingindo ser o que NÃO É, apenas para agradar o presidente e seus apoiadores.”
Para a psicóloga, o ex-ministro da Justiça fez uso da fama conquistada na Lava Jato para ambicionar algo em benefício próprio, motivo pelo qual teria aceitado o cargo no governo Bolsonaro.
Recentemente, durante depoimento à Polícia Federal, Bolsonaro alegou que Moro teria lhe chantageado ao condicionar a aceitação da alteração do diretor-geral da PF à sua indicação para o STF.
“O senhor Sergio Moro disse para mim: Você pode trocar o Valeixo sim [ex-diretor-geral da PF], mas em novembro, depois que você me indicar para o Supremo Tribunal Federal”, afirmou Bolsonaro no depoimento por escrito, segundo a CNN. “É desmoralizante para um presidente ouvir isso. Mais, ainda, externalizar”, destacou o presidente.
O ex-ministro, no entanto, negou a versão do presidente. Ele afirmou que a permanência do ex-diretor da PF “nunca foi utilizada como moeda de troca para minha nomeação para o STF. Aliás, se fosse esse o meu objetivo, teria concordado ontem com a substituição do Diretor Geral da PF”.
Mas, ainda segundo a psicóloga Marisa Lobo, a postura atual do ex-ministro não seria digna de confiança se interpretada pela perspectiva política.
“O Moro político que agora conhecemos, no entanto, é nada mais do que uma pela de marketing! É mais do mesmo nesse mundo da velha política. Uma cara nova de fala polida, mas com uma postura tão confiável quanto uma nota de R$ 3 reais”, conclui.