Se você colocar no buscador do Google o nome “Benedito Vitor dos Santos”, provavelmente vai aparecer no primeiro resultado uma manchete da revista Istoé, onde se lê: “O pai de santo do STF”. Em nossa pesquisa, curiosamente, também apareceu a descrição do Supremo Tribunal Federal ao lado, parecendo indicar uma ligação do nome pesquisado com a mais alta corte do país, conforme você pode conferir na imagem abaixo:
Em sua matéria, a Istoé afirma o seguinte sobre o pai de santo: “Benedito Vitor dos Santos é o babalorixá preferido dos ministros da corte: participou da posse de Toffoli, formou dupla de moda de viola com Gilmar Mendes e, não raro, é requisitado para ‘energizar’ o tribunal”.
Mas, por que estamos trazendo à tona uma matéria publicada em 2019? Primeiro, porque não fomos nós, do Opinião Crítica, que resgatamos essa manchete, mas sim internautas, após a decisão dos ministros do STF pela proibição de cultos e missas presenciais durante a pandemia.
A matéria da revista passou a circular nas redes sociais depois da polêmica decisão do STF. Não entraremos no mérito teológico envolvendo o assunto, mas é sabido que, no meio cristão, a doutrina religiosa do babalorixá é vista como contrária aos ensinamentos do cristianismo, especialmente o evangélico, muito embora alguns dos seus adeptos acreditem haver algum sincretismo religioso envolvido na questão.
No que compete a nós, é curioso observar a estreita ligação religiosa dos ministros do STF com determinadas figuras. Além de Benedito Vitor dos Santos, por exemplo, é conhecida a ligação de alguns ministros com o médium João Teixeira de Faria, conhecido como “João de Deus”, preso por abusar de mulheres em Abadiânia.
Gilmar Mendes e Luiz Fux, por exemplo, se declararam impedidos de julgar um habeas corpus protocolado pela defesa do médium, isso por motivo de “foro íntimo”. Segundo a Jovem Pan, “João de Deus seria conhecido [dos] ministros do STF como Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso, que já se consultaram com o médium. O réu também teria tido contado com Luiz Fux e Rosa Weber”.
Por se tratar de uma figura famosa (entre famosos, também), não é de se estranhar que João de Deus tenha aparecido ao lado de ministros do STF. Barroso também chegou a elogiá-lo, segundo um documentário publicado pelo UOL.
Mas, como revelado pela Jovem Pan, a relação de alguns ministros do STF com o lado religioso de tais figuras, como o pai de santo Benedito Vitor dos Santos, parece ir além do social. Ela envolve também a questão de fé, naturalmente um direito dos mesmos que deve ser respeitado, mas que para os cristãos mais tradicionais pode ser motivo de preocupação.