A jornalista Rachel Sheherazade voltou a ser alvo de críticas por mais uma das suas manifestações recentes em público, dessa vez contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. Isso porque, durante uma entrevista com ninguém menos que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, ela citou a facada contra o então candidato à presidência em 2018 como tendo sido “mal-sucedida”.
Na ocasião, Sheherazade estava comentando sobre os fatores que teriam influenciado a eleição de Bolsonaro, quando deixou escapar a ideia implícita de que o atentado contra a vida do presidenciável poderia ter sido bem-sucedido.
“A Lava-Jato e a prisão do ex-presidente Lula tiveram um impacto decisivo sobre as eleições de 2018, não só isso, mas a facada mal-sucedida de Adélio Bispo, que também concorreu para eleição de Bolsonaro”, disse a jornalista.
Ora, a problemática na declaração não é a literalidade da afirmação. É claro que, em sentido literal, a ideia é de que o atentado foi frustrado por não ter conseguido tirar a vida de Bolsonaro, uma vez que esse foi o objetivo de Adélio Bispo. Até aí, ok!
Todavia, por outro lado, dizer que uma facada foi “mal-sucedida” traz o entendimento dúbio de que existe, também, facadas “bem-sucedidas”, não no sentido de ter êxito em acertar um órgão vital, mas no sentido de ter um propósito moralmente acertado, aceitável, etc.
Neste caso em questão, seria como dizer que se Adélio tivesse conseguido assassinar Bolsonaro, de fato, o seu ataque teria contribuído muito mais pelo bem do Brasil e, portanto, teria sido uma facada “bem-sucedida”.
Fábio Faria, ministro de Comunicações do governo, comentou a declaração fatídica da jornalista: “Rachel Sheherazade trata como ‘facada MAL-SUCEDIDA’ um dos fatos mais graves da história do Brasil: a tentativa de assassinato em praça pública do então presidenciável Jair Messias Bolsonaro – e escancara o mal-disfarçado autoritarismo de quem vive de fingir postura democrática”, escreveu ele em sua rede social. Assista: